O dramaturgo americano Tennessee Willians é um dos escritores que teve sua obra francamente adaptada para o cinema, felizmente sendo na ma...

283 - Esta Mulher é Proibida (This Property Is Condemned/Sidney Pollack/1966)


O dramaturgo americano Tennessee Willians é um dos escritores que teve sua obra francamente adaptada para o cinema, felizmente sendo na maioria das vezes muito bem realizada como em Uma Rua Chamada Pecado, Gata em Teto de Zinco Quente e nesse belo e tocante Esta Mulher é Proibida. Os temas principais do escritor estão aqui: desejos reprimidos, uma bela mulher sensual, um recém-chegado na cidade, clima sufocante, tudo concebido visualmente com maestria e talento pelo diretor Sydney Pollack, que inegavelmente extrai magia e melancolia da obra de Willians.

Logo após a especial seqüência inicial somos apresentados a Owen Legate (Robert Redford), um misterioso sujeito visitante na pequena cidade de Dodson no Mississipi. Em meio a uma festa ele se instala na pensão de uma mãe com tendências lascivas, abandonada pelo marido e que cuida das filhas de maneira torta, uma delas a bela e espevitada Alva (Natalie Wood), uma moça que vive de sonhos e se diverte seduzindo a maioria dos homens da cidadezinha com consentimento da mãe. A atração inicial entre os dois é evidente, mas Owen, controlador e sensato, trata a moça com distanciamento, o que acaba a atraindo mais ainda, até porque ela nunca havia sido repelida de tal maneira, sendo tratada como uma qualquer.

Como sendo uma adaptação literária, Pollack poderia por optar por explorar mais o lado romântico da historia, mas o diretor cria uma trama em que mescla o envolvimento do casal com cenas de demissões dos trabalhadores da ferrovia que sustenta a pequena Dodson, o que era o verdadeiro intento de Owen ao visitar a cidade. Um contraste imenso, como se Owen trouxesse a tristeza para todos da cidade e a felicidade para apenas um. Mesmo sendo repleto de momentos sensualizados, o romance é delineado como uma fabula, mas a toda hora a realidade vem a bater na cara dos protagonistas, como em uma cena maravilhosamente romântica em que o casal sai do cinema literalmente nas nuvens para depois Owen levar uma violenta surra dos trabalhadores demitidos.

O trabalho de direção de Pollack (que era considerado um dos melhores nesse ponto), mesclado ao evidente talento dos atores concebe uma obra em que todos estão muito bem em cena, desde a menina Mary Badham que pela sua visão a historia vai sendo contada, até o personagem de Charles Bronson que interpreta com propriedade o sujeito obcecado que seria o vilão da historia junto com a atriz Kate Reid que faz a interesseira mãe da moça. Robert Redford atua com classe, dignificando com maestria seu personagem que mescla dureza com sensibilidade e Natalie Wood? Bom, essa está em um dos seus melhores momentos, linda, exalando libido, de arrepiar os pelos e entregando uma atuação emocionante e de qualidade. Resumo: um filmaço obrigatório.


7 comentários:

Alan Raspante disse...

ah, eu tenho esse filme e adoro de paixão! é o meu favorito dos escritos por tennesseee willians. wood está esplêndida, mas aqui, a melhor atuação é a da garota mesmo!

Excelente filme!

[]s

Adoro a Natalie Wood neste filme. É um dos que ela mais exala sex appeal. A grande deusa da década de 60, essa menina.

Trocando fotos por cartazes agora, Celo^? hehe

A Natalie era uma atriz soberba, mais talentosa que Audrey Hepburn - não desmerecendo ela, claro, mas é que pouca gente percebe isso. Esse filme é sensual, tem um roteiro que sabe se preocupar com seus personagens, a direção do Pollack é muito boa! Vou rever e postar no blog, em breve! abs

Unknown disse...

Alan, a menina esta otima mesmo, mas dificil desgrudar os olhos de Natalie;

Ailton, ela esta demais mesmo, já deve ter percido q sou inconstante com o visual, sempre mudando, enfim, já tinha vontade de colocar os posters, mas provavelmente daqui a pouco mudo de novo..hehe

Cris, as duas se equivalem, eu acho, gosto tanto de uma qt de outra. Pollack conduz seu filme de maneira brilhante mesmo;

Abs a Tds!

Tem outro filme com ela em que ela está magnífica, Celo: O PREÇO DE UM PRAZER, do Mulligan. Com o Steve McQuinn. Belo drama.

Unknown disse...

Ailton, se vc ta dando a dica, se torna obrigatoria, ainda mais com Natalie Wood!

André Carvalho disse...

Um filme que me chamou atenção pela sensualidade da personagem da Natalie Wood, algo que ainda não era lá muito comum na Hollywood daquele tempo. Ademais, um belo trabalho de começo de carreira de Pollack (que ficou bem mais "quadrado" depois) e do próprio Coppola, ainda roteirista, prestes a começar sua grande carreira de diretor