Nas minhas pesquisas sobre Giallos e sobre diretores que fizeram o gênero, como Mario Bava e Dario Argento, sempre esbarrava nessa obra que recebe a curiosa alcunha de A Casa das Janelas Sorridentes. Considerada por muitos especialistas do cinema de terror italiano como uma de suas melhores realizações, o trabalho do diretor Pupo Avati não é um clássico “amarelo”, apesar de guardar algumas características, e se apresenta como um competente filme de serial killer e ainda devo dizer que nunca um assassino serial foi tratado de forma tão reverencial e artística.
A obra de Avati não tem o esmero visual de Argento, mas em compensação o diretor cria uma trama muito bem embasada de um restaurador que é convidado a uma cidade interiorana e bucólica para restaurar uma pintura de um artista local morto e um tanto macabro, conhecido como “o pintor da agonia”. A Casa das Janelas Sorridentes também não guarda a violência explicita de outras produções italianas da mesma época, mas Avati cria um clima de suspense permanente, com uma fotografia meio esmaecida e personagens tão estranhos quanto o pintor em questão.
Acompanhamos a fixação que o restaurador representado pelo ótimo ator Lino Capolicchio desenvolve pelo “pintor da agonia”, que de curiosidade passa a admiração e consequentemente se vê envolvido nos supostos assassinatos cometidos pelo artista e suas irmãs. Reza a lenda na cidadezinha, que o finado pintor gostava de registrar seus modelos em momentos derradeiros e que as suas sinistras irmãs que conseguiam as vitimas. O que torna o filme mais do que interessante é que o diretor demora a fazer suas verdadeiras revelações, deixando muito para o expectador e tornando o clima de mistério quase insuportável.
A Casa das Janelas Sorridentes ainda pode ser considerado um excelente suspense/terror psicológico, que definitivamente influenciou um bocado de diretores, não seria estranho se diretores como David Fincher viessem beber dessa fonte. O estilo de Avati parece tão atual ou até mais ousado do que concepções mais recentes. O epílogo magistral dessa pequena jóia mostra o quanto esse filme deve ser redescoberto.
5 comentários:
Já ouvi falarem maravilhas também desse filme, Celo. E eu tenho ele aqui e já adiei/esqueci diversas vezes. Pode ser que com o seu texto eu venha a aproveitar um pouco do meu pequeno tempo disponível para apreciá-lo.
Já tomou gosto pelo cinema italiano, eim... é como dorgas, monolo, hehe.
A Casa com Janelas Sorridentes é um dos filmes obrigatórios para minha cinefilia. Infelizmente ainda não vi, mas pretendo comprá-lo (a Cult Classic lançou-o no Brasil), e filmes assim, para mim, não podem ser vistos por meio de Downloads se existir algum lançamento em Home.
Não li o texto para não estragar a surpresa de me deleitar com esta obra.
Abs!.
Ailton, se tiver um tempinho, veja, pois acho q vai gostar sim, vale muito;
Victor, tenho maior dificuldade para achar esses filmes em DVD original e acabo baixando mesmo, a qualidade do que peguei tava bem boa, com cerca de 1,4 giga. Gostei muito do filme e acho q vc vai gostar tb. Espero ansioso uma resenha sobre essa maravilha.
Abração a Tds!
Oi Celo!
Ah eu gostei de X-Men desde o momento que comecei a acompanhar. Confesso que passei a curtir graças á X-Men Evolution..dali passei para os filmes, a série antiga e partes das hqs..teve uma época que pesquisei muito sobre os mutantes,..tenho algumas poucas hqs que comprei por causa do traço...sou muito fã da Emma Frost e pretendo fazer cosplay dela o/
bjs
Tsu, um cosplay de Emma Frost vai ser legal hein? Esse quero ver. Abração!
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