Fã que sou do Cimério de Bronze e da lendária publicação A Espada Selvagem de Conan, era obrigatório uma visita ao cinema para conferir essa nova adaptação das desventuras do bárbaro. O inicio promissor, mostrando a sua juventude, confere a esse Conan uma caracterização mais parecida com a vista nas historias da ESC, diferente do personagem taciturno composto por Arnold Schwarzeneger na produção de 1982 dirigida por John Milius. Assim, forjando um guerreiro mais falastrão e com certo charme que o ator Jason Momoa, da excelente serie Game of Thrones, consegue aferir ao personagem.
A trama gira em torno da vingança que Conan quer desferir contra Khalar Zym (Stephen Lang), algoz de seu Pai (Ron Pearlman) e uma espécie de soberano da fictícia Era Hiboriana, que se utiliza da magia de sua filha, a bruxa Marique (Rose McGowan irreconhecível) e de uma máscara mágica, forjada com os ossos de Reis e que deseja utilizar para ressuscitar a falecida esposa; mas para isso precisa do sangue de Tamara (Rachel Nichols) uma descendente pura de uma linhagem de sacerdotes poderosos. Como por destino, Tamara acaba cruzando caminho com Conan, que pretende utiliza-la para atrair Khalar Zym.
A premissa é até interessante, mas no desenrolar da trama vemos que a obra realizada pelo diretor Marcos Nispel, do bom remake de Sexta-Feira 13 e do irregular Os Desbravadores, se preocupa muito com as cenas de ação, que não são poucas e mesmo assim não conseguem criar o devido clima, em detrimento a um cuidado melhor a personalidade dos personagens, que parecem todos um tanto superficiais e sem muitos propósitos, até mesmo Conan. As cenas de ação usam tantas câmeras para captar tantos momentos diferentes que como resultado acaba não se entendendo muito que está acontecendo e em certos momentos aborrecendo o expectador.
Claro que o filme tem um referencia interessante aqui e acolá, como as cabeças arrancadas que o bárbaro sempre se dispõe a trazer ou uma cena de sexo que remete muito bem aos quadrinhos preto e branco da ESC ou ainda a maneira de ataque do Cimério, saltando encima dos inimigos e fazendo sempre jorrar muito sangue. Agora, o 3D utilizado nesse é um dos mais fajutos realizados, pouca funcionalidade e mostrando que o filme pode e deve ser apreciado em 2D. Como ficou, Conan, O Bárbaro se mostra como um filme que poderia ser antológico, mas ficou um tanto meia-boca.
15 comentários:
De todas as críticas que já até até agora, o seu "meia-boca" foi termo mais elogioso que vi, Celo. Também gostava muito das HQs do cimério e é por isso que estou com medo de ver esse filme. Abraço!
Fabio, juro q tentei gostar do filme, vendo qualidades em qq situação menos previsivel...hehhe...mas como sou muito fã do personagem, talvez tenha me contido na malhação. Abração!
Pra falar a verdade sempre esperei algo desse tipo da versão do Nispel. Abs!
Victor ramos
Victor, não sou fã desse diretor, mas ate q tinha gostado das suas versões de Massacre da Serra Eletrica e de Sexta Feira 13. Enfim, uma pena um grande personagem ser desperdiçado assim. Abração!
Um personagem com a abrangência do Conan não merecia uma adaptação tão desastrosa. Roteiro, atores, ação, tudo da profundidade de um pires. Teu texto tá ótimo Celo, já é de praxe. Você condensa elementos do seu conhecimento dos quadrinhos do cimério que deixam a leitura bem agradável. Adoro seu blog. Abraços
http://thecinefileblog.blogspot.com/
Laercio, vlw pelos elogios! Com certeza Conan merecia uma adaptação melhor, ficou bem raso mesmo, para enganar os outros com esse 3D fajuto.
Abração!
Gosto do original com Schwarzenneger e até da sequência, mas não espero muito desta refilmagem.
Tem todo o estilo de ser um longa que tem como ponto forte os efeitos especiais e ao que aparece muito sangue tb.
Abraço
Hugo, tb gosto do original, mesmo não parecendo muito com a concepção original de Howard para o personagem e mais uma criação do produtor Dino de Laurentis. Essa nova versão desperdiça muito em efeitos especiais e cenas de ação vazias. Abração!
Eu curto o original, mas quero passar bem longe desse.
http://cinelupinha.blogspot.com/
Rafael, é um filme descartavel mesmo.
Realmente, seus textos estão cada vez melhores, Celo. Eu também fui leitor religioso de A Espada Selvagem de Conan e li algumas hisórias da série Conan, o Bárbaro, publicadas nas revistas de linha da Marvel. Saudades daqueles desenhos do John Buscema... Também gostava muito da Sonja, por razões óbvias e de um personagem puritano cujo nome não lembro.
Ailton, acho q vc falava de Solomon Kane, que matava demonios, rolou até uma adaptação recente para cinema, q consegue ser melhor q esse Conan. Sdd do traço de Buscema mesmo, um mestre! Vlw pelos elogios! Eu tenho me esforçado...rs... Abração!
Disse tudo: ficou meia-boca.
Renato, é vdd, ficou mesmo :/
Caros, pra quem leu os livros publicados aqui no Brasil com as aventuras do Cimério, realmente o filme ficou um quarto de boca :) Acho que não há diretor que consiga traduzir para o cinema a completude dos contos.
Se alguém aqui leu e releu O Senhor dos Aneis entende o que digo! Porisso que até hoje não assisti Anjos e Demônios e nem O Código Da Vince. Certamente não chegam aos pés dos livros.
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