Não é a toa que Incêndios, produção Canadense dirigida por Denis Villeneuve, esta há meses em cartaz nos cinemas artísticos do RJ, um filme que merece mesmo ser visto no cinema. Também não é a toa que essa produção tenho sido indicada para vários prêmios, com destaque para a nomeação para o Oscar de melhor filme estrangeiro de 2011. A realização de Villeneuve é um filme maravilhoso e redentor, com uma narrativa que faz o expectador ficar preso à poltrona, sem muitas invenções, até em um formato tradicional, mas que da ênfase em trazer uma historia bem contada.
Jeanne Marwan (Melissa Désormeaux-Poulin) e Simon Marwan (Maxim Gaudette) são irmãos gêmeos, descendentes de Libaneses que moram no Canadá, que acabaram de perder a mãe, a misteriosa Nawal Marwan (Lubna Azabal). A mãe deixa um testamento em que obriga os filhos a procurarem o Pai e o irmão que não conhecem e que se perderam no período de guerra durante os anos 70. Villeneuve poderia até transformar seu trabalho em um filme de guerra, mas foge dos clichês desse tipo de produção e apresenta uma obra em que foca nos motivos que levaram Nawal Marwan ou a Mulher que Canta (como era conhecida nos seus tempos de militância política) esconderem dos gêmeos a historia do pai e do irmão.
O clima investigativo da trama logo se torna uma emocionante historia de auto-conhecimento dos personagens principais, remontando os momentos turbulentos vividos em um local aonde a religião se mistura com guerra e vice-versa, como se fossem a mesma coisa. A historia da mãe é contada de maneira impressionante em flashbacks e com isso, vai mostrando um povo que vive eternamente com o sentimento de culpa e vergonha, exaltado pelo desejo de Nawal de ser enterrada sem caixão, de costas e em uma cova sem lapide. Muitos personagens dessas guerras migraram de seus paises, alguns verdadeiros carrascos vivem normalmente entre nós, enquanto outros que sofreram na mão deles vivem vidas sem sentido, com nomes falsos e famílias que não os entendem.
Incêndios ainda é uma obra com cenas impressionantes, mesmo algumas fortes ou tristes, o que a tela do cinema se torna perfeita e marcante para contemplá-las, principalmente a de pessoas ou locais em chamas ou as panorâmicas que mostram a geografia acidentada do país, que em muito favorece para a formação de milícias. Uma trilha sonora com belas canções melancólicas que imergem o telespectador na tristeza das descobertas dos personagens. Um dos melhores filmes do ano no cinema, que merece ser visto, um registro de um povo que vive muito pela emoção, que pena muito, mas tenta muitas vezes manter sua integridade humana, mesmo que para isso eles tenham que amargar o sofrimento à vida inteira.
4 comentários:
Ainda preciso ver esse filme. Mas, como recomendou na tela do cinema, creio que talvez ainda demore a aparecer por aqui. Até a próxima!
Louco pra assistir.
http://cinelupinha.blogspot.com/
Louco pra assistir.
http://cinelupinha.blogspot.com/
Fabio, mesmo q não consiga assistir cinema, não deixe de ver antes do final do ano, pois acredito q esse deva ser um dos melhores de 2011;
Rafael, é um excelente filme!
Abs
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