Potiche – Esposa Troféu, a obra mais recente do prolífico diretor francês François Ozon, é um filme que faz uma homenagem escancarada à atriz Catherine Deneuve e sem duvida é uma delicia assistir à senhora Deneuve atuar, que ainda consegue sem manter em forma, mesmo com o inevitável avanço da idade. Os momentos com a atriz em cena são mágicos, principalmente a seqüência inicial, que dá o tom de fabula da historia, mostrando Suzanne Pujol (Catherine Deneuve) se exercitando no meio de uma floresta e vários animais aparecem para reverenciá-la, no melhor estilo desenho da Disney. As comparações com os clássicos Disney ficam por ai, e Potiche – Esposa Troféu mesmo com um tom leve, consegue ser uma obra feminista, desprendida e até certo ponto sexualizada.
Na trama, Suzanne Pujol é a esposa perfeita, mãe e avó afetuosa, preocupada com os afazeres do lar e descartada pelo marido (Fabrice Luchini) em situações de crise, como a que estão passando na fabrica de guarda-chuvas criada pelo pai dela. Suzanne não tem voz ativa, serve somente como um adereço para sua bela casa, um belo jarro, como o titulo sugere e sua filha coloca assim em certo momento. Um problema de saúde faz com que seu marido tenha que se ausentar do trabalho em meio a uma ferrenha greve dos funcionários. Na iminência da fabrica ser fechada, Suzanne assume o papel do marido e parece recolocar as coisas nos trilhos, com seu jeito terno, preocupado e liberal. A iniciativa da mulher acaba fazendo relembrar momentos da sua juventude e um romance com o agora deputado esquerdista Babin (Gerard Depardieu), mas o retorno do marido, possesso com as mudanças feitas pela esposa, acabam fazendo a vida de Suzanne tomar um outro rumo.
Potiche – Esposa Troféu, além de atuações divertidas de todo o elenco, que demonstram uma sintonia perfeita, apresenta um visual kitsch impressionante, meio brega, meio ultrapassado, mais luxuoso e cheio de cores que saltam os olhos e ajudam a conceber o clima nostálgico do filme. A trilha sonora, com canções pops francesas ainda criam momentos maravilhosos, como o do epílogo, quando Suzanne entoa uma canção que exalta como a vida pode ser bela. O filme tem algumas divertidas cenas de sexo protagonizadas por uma Suzanne mais nova, talvez até parodiando a própria Deneuve em A Bela da Tarde de Buñuel, caracterizando ainda mais o tom de homenagem a essa excelente e icônica atriz.
4 comentários:
Esse me parece ser bem interessante. Acabou passando aqui em Natal no Festival de cinema francês, mas foi em uma única sessão e não pude ir.Abraço!
Fabio, vale uma olhada sim, mesmo em DVD. Um otimo filme! Abraço!
Concordo, Celo. O filme é um show de Deneuve.
Cumprimentos cinéfilos!
O Falcão Maltês
Antonio, acho q Deneuve sempre dá um show e mesmo senhora ainda mantem sua luz. Abração!
Postar um comentário