O sugestivo titulo nacional O Seqüestro de um Herói , com certeza, faz alusão a determinado momento da trajetória de Stanilas Graff ( Yvan A...

208 - O Sequestro de um Herói (The Rapt/Lucas Belvaux/2009)

O sugestivo titulo nacional O Seqüestro de um Herói, com certeza, faz alusão a determinado momento da trajetória de Stanilas Graff (Yvan Attal), presidente de uma influente indústria francesa, que almoça com o presidente da nação, negocia com lideres mundiais, joga pôquer com artistas famosos, é casado e tem duas filhas, mas antes de ir para casa sempre visita a amante. Um dia, antes de ir para o trabalho, Stanilas é seqüestrado por uma quadrilha que exige que seja pago 50 milhões de Euros de resgate. O seqüestro desencadeia uma investigação jornalística que joga todo o mau comportamento de Stanilas no ventilador, desde incontáveis dividas no jogo, até as inúmeras amantes que o empresário possui. Aparentemente falido, Stanilas se vê na mão dos impiedosos e profissionais seqüestradores, que não acreditam que ele não detenha a quantia e estão dispostos a tudo para receber o pagamento, até mesmo cortar partes do corpo do industrial. Enquanto isso, André Peyrac (André Marcon), líder do conselho fiscal, parece manipular a família e o conselho para que Stanilas seja destituído do poder.

Inegavelmente, O Seqüestro de um Herói, dirigido e roteirizado pelo também ator Lucas Belvaux, tem toda pinta de trilher no seu prólogo, até pela enervante seqüência em que os seqüestradores cortam um dos dedos de Stanilas, mas o filme vai perdendo o seu ritmo de suspense durante a exibição, tornando – se um drama que trata do impacto que o seqüestro tem na vida do industrial e dos que o rodeiam. Na verdade, a obra de Belvaux se divide em dois atos, o primeiro bem suspense, marcado por uma excelente trilha sonora, com cenas escuras e de tom violento; no segundo ato, a trama trata mais do desenrolar dos fatos relativos ao seqüestro, em um bem desenvolvido drama familiar, com certas nuances politicas que não vou citar para não estragar o prazer de quem se predispor a assistir. O ator Yvan Attal entrega uma boa atuação, marcada pelo sofrimento que seu personagem sofre no cárcere.

O Seqüestro de um Herói está mais para cinema comercial do que para cinema artístico, que tanto caracterizou as produções francesas; não que seja ruim, até porque o filme apresenta com certa qualidade ao que se propõe e tem um epílogo bem interessante. O estranho foi essa produção de 2009 pintar em uma sessão cult no Cinemark, e o mais estranho ainda, a sessão estar relativamente cheia e com vários adolescentes perturbando a paz. Prova de que ingressos mais baratos, como os que são utilizados nessa “sessão cult”, podem ser catalisadores de publico para obras menos prestigiadas.

6 comentários:

ANTONIO NAHUD disse...

Boa crítica.
Abração,

O Falcão Maltês

Unknown disse...

Antonio, obrigado pelo elogio.

LELLA disse...

E eu que estava deixando passar essa! Está no Carioca :)

Eu que reclamo que certos filmes não passam no subbúrbio. Nem os de Woody Allen :(

Querendo compartilhar esse seu texto, será bem-vindo!

Unknown disse...

Lella, mesmo com essa Sessão Cult no Cinemark do carioca, ainda temos q nos contentar com muito filme infantil e outras porcarias comerciais q enchem as salas do subúrbio, uma pena. Qt a compartilhar os textos, ficaria lisonjeado, é só falar. Grande abraço.

Hum, a abordagem deste me instigou! verei!

Unknown disse...

Cris, veja, é bem interessante, talvez goste.