O que escrever de um filme que figura na maioria das listas dos melhores filmes de todos os tempos? Acho que pouca coisa tenho a acrescen...

155 - Casablanca (Michael Curtiz/1942)


O que escrever de um filme que figura na maioria das listas dos melhores filmes de todos os tempos? Acho que pouca coisa tenho a acrescentar, a não ser exaltar a beleza dessa realização do diretor Michael Curtiz, que não conseguiu outro sucesso dessa grandeza. Casablanca, vencedor de 3 Oscar (Filme, Diretor e Roteiro), é a conhecida historia de Rick Blaine (Humprey Bogart), um americano que mantém um bar conhecido como Rick´s em plena Casablanca no Marrocos, aonde pessoas fugitivas da tenebrosa guerra na Europa costumam refugiar – se a procura de uma maneira de embarcar para Portugal e consequentemente a América.

Rick tem um comportamento aparentemente blasé em relação à guerra e suas conseqüências, talvez decorrente das agruras que sofreu, divide suas amarguras, lembranças e apontamentos com o capitão Louis Renault (Claude Rains), um oficial francês de caráter duvidoso responsável pela ordem local, e com outros funcionários do estabelecimento, com destaque para o pianista negro Sam (Dooley Wilson), que executa belissimamente a canção “As time goes by” que também marca outros bons momentos do filme.

A trama começa a tomar outros rumos, quando a bela Ilsa Lund (Ingrid Bergman) e seu esposo, Victor Laszlo (Paul Henreid) aparecem no bar atrás de documentos que possam garantir sua passagem para fora da cidade. Ilsa é uma mulher misteriosa que manteve um relacionamento com desfecho doloroso com Rick, quando os dois viviam na França pré – segunda guerra. Enquanto seu marido Victor é um rebelde, integrante de uma iminente Resistência que esta sendo caçado pelos alemães e precisa a qualquer custo sair de Casablanca para não ir parar em um campo de concentração.

Acho eu, que um dos grandes trunfos de Casablanca é conseguir mesclar com inteligência e elegância uma historia de romance, com envolvimento dramático, usando como pano de fundo a guerra e ainda conseguir imprimir certo tom cômico. A adicionar, ainda tem uma belíssima fotografia, trilha sonora perfeita e interpretações únicas de praticamente todos os atores, até os coadjuvantes são peças chaves para a boa fluência da historia.

Casablanca ainda é uma produção repleta de cenas marcantes e emocionantes, são destaques o momento em que Rick e Ilsa se reencontram, com direito a primeira execução da já citada canção, a seqüência em que Ilsa invade o quarto de Rick, suplicando pelos salvo – conduto que poderão salvar a pele de seu marido, o ponto alto com um beijo icônico, que marcou gerações e o desfecho maravilhoso e emblemático, atestando a realização o status de obra – prima. Um filme que merece todas as reverências. Nota 10.

Pôster Clássico de "Casablanca"

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Hobo with the Shotgun (algo como Um vagabundo e sua Espingarda) é mais uma obra baseada em um dos trailers falsos do projeto homenagem exp...

154 - Hobo with a Shotgun (Jason Eisener/2011)


Hobo with the Shotgun (algo como Um vagabundo e sua Espingarda) é mais uma obra baseada em um dos trailers falsos do projeto homenagem exploitation Grindhouse, dirigidos por Quentim Tarantino e Robert Rodriguez. Parece que o sucesso de Machete acabou impulsionando a produção dessa louca aventura protagonizada por Rutger Hauer, um filme que explora a violência ao maximo, as vezes até cansando um pouco o expectador, mas que tem seus momentos, principalmente quando Hauer e a bela prostituta Abby (Molly Dunsworth) estão em cena.

A trama é um fiapo, Hobo (Rutger Hauer) é um sem – teto que acaba de chegar em Fodopólis (isso mesmo, é o nome da cidade), logo ele percebe que a cidade esta tomada pela violência e drogas distribuídas pelo vilão Drake (Brian Downey) e seus insanos filhos. Ao salvar Abby de um ataque, Hobo percebe que tem que limpar a cidade, para isso ele precisa de uma espingarda calibre 12, que consegue no primeiro duelo realizado dentro de uma loja de armas.

Hobo with the Shotgun é um filme que não se leva a serio, também não teria como ser diferente, mas a chance de ver Hauer protagonizando novamente uma produção depois de tanto tempo acaba se tornando o grande atrativo. Uma obra que tem muito sangue jorrando, cabeças decepadas, corpos dilacerados, seqüências sado-maso, um cinegrafista que adora filmar sem – tetos apanhando e até um guerreiro medieval conhecido como A Praga, que serve como o ultimo artifício do vilão Drake para tentar domar Hobo.

A realização do diretor estreante em longas, Jason Eisener, que também dirigiu o trailer falso de Grindhouse é uma obra que diverte, mas que pode deixar o expectador meio enjoado e em comparação a obra irmã Machete perde em simpatia, até por ter atores menos conhecidos. Nota 6,5.

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  John Skillpa ( Cillian Murphy ) é um sujeito com sérios problemas psicológicos, mas tido pelos vizinhos como um bom homem, apesar de mora...

153 - A Face Oculta (Peacock/Michael Lander/2010)


John Skillpa (Cillian Murphy) é um sujeito com sérios problemas psicológicos, mas tido pelos vizinhos como um bom homem, apesar de morar sozinho e ser um tanto misterioso. Na verdade, ele sofre de uma aparente dupla personalidade, da onde faz surgir Emma (o mesmo Cillian Murphy), que inicialmente funciona como uma suposta mãe para o rapaz, que perdeu a verdadeira recentemente.

Um dia, como Emma, esta estendendo as roupas no varal e um vagão de trem desgovernado invade seu quintal e com o impacto em uma arvore ela acaba desmaiando. Então é socorrida pelos vizinhos que estranham a presença de uma mulher na casa de John, logo, todos acham que Emma é a esposa dele.

O acontecimento faz surgir uma nova Emma, que deseja ser independente e não se submeter mais a John e a iniciativa da mulher (Susan Saradon) do prefeito de realizar um comício no quintal do acidente parece ser a chance perfeita para a Emma assumir de vez o corpo de John. As investidas de Emma para se tornar uma pessoa bem vista pela sociedade local, vão passar por Maggie (Ellen Page), uma prostituta que aparentemente teve um filho com John e pelo xerife (Josh Lucas) que começa a desconfiar da moça. Enquanto isso, John, no seu calmo descontrole, vai revivendo fantasmas do passado, que possivelmente criaram o seu trauma, além de não saber o que fazer para domar essa iminente personalidade, o que acaba levantando suspeitas sobre como o rapaz trata a suposta esposa.

A Face Oculta é um filme diferenciado que consegue mesclar bem o drama e o suspense, apoiado em uma excelente atuação de Cillian Murphy, que cria dois personagens totalmente distintos, fazendo o expectador achar em certos momentos que Emma é realmente uma mulher.

O diretor e roteirista estreante Michael Lander cria uma obra em que vai traçando o perfil do protagonista de maneira bem lenta, como se fosse um drama tradicional, segurando bem até o momento em que os personagens de Susan Sarandon e Ellen Page entram na trama, a partir daí a tensão vai crescendo, criando boas cenas de suspense, com destaque para as seqüências em que John tenta encobrir os passos de Emma.

O filme tem alguns furos quase imperceptíveis no inicio, principalmente na cena em que o xerife interroga Emma, com uma estranha surpresa, criando um dialogo meio insignificante, um tanto redundante, já que praticamente toda a cidade sabia da presença da moça na casa de John, mas a boa fluência da trama acaba mascarando esse pequeno erro. Nota 7,5.

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Pat Garret e Billy the Kid é a obra renegada por seu próprio diretor, Sam Peckinpah , do excelente Meu Ódio Será sua Herança . Reza a len...

152 - Pat Garrett e Billy The Kid (Sam Peckinpah/1973)



Pat Garret e Billy the Kid é a obra renegada por seu próprio diretor, Sam Peckinpah, do excelente Meu Ódio Será sua Herança. Reza a lenda que o corte final foi dado pelos executivos da MGM que desejavam um filme mais comercial em detrimento a obra mais marginal que Peckinpah almejava. No final, a produção foi para o cinema com o corte do estúdio, Peckinpah rompeu com a MGM e foi para o México, aonde filmou o cultuado Tragam – me a Cabeça de Alfredo Garcia, uma espécie do que ele queria que fosse o seu Pat Garret e Billy the Kid.
Bom, apesar de toda a historia turbulenta encima dessa produção, o filme que narra os momentos derradeiros em que Pat Garret (James Coburn), ex – parceiro de Billy the Kid (Kris Kristofferson), passa para o lado da lei e imprime uma caçada contra o ex - comparsa bem que prende a atenção, apesar de cara sabermos logo o desfecho. Apoiado em boas cenas de ação e em alguns momentos especiais, como quando Billy duela com um antigo amigo, agora defensor da lei também, e mata o sujeito na frente de toda a família ou quando foge das garras da lei no começo do filme, atestando todo o respeito e adoração que o povo americano tem pela figura desse exímio pistoleiro fora da lei.
Apesar da boa fluência da trama, é notável que em algumas cenas a tentativa de Peckinpah de explorar mais o lado amoral da historia é abafado ou diminuído, com alguns cortes rápidos, direcionando logo para cenas mais tradicionais, mas talvez a cena em que Pat transa com varias prostitutas tenha ficado do jeito que o diretor queria ou uma outra seqüência em que um dos comparsas de Billy (representado por um jovem Harry Dean Stanton) libera a moça que esta com ele para o famoso pistoleiro.
Uma outra curiosidade é a presença de Bob Dylan no elenco, a trilha sonora também é dele, com direito a “Knockin` on a heavens Door” em uma bela cena a beira de um lago, mas a presença do cantor, que dá um certo tom pop ao filme, como um dos integrantes da gangue de Billy é totalmente desnecessária, ao ponto dele ter algumas cenas constrangedoras.
Pat Garret e Billy the Kid pode não ser o melhor de Sam Peckinpah, mas uma boa parte do estilo do diretor esta lá, principalmente na violência que surge lentamente e de repente explode em cenas geralmente filmadas em câmera lenta. Pena não podermos ver como ficaria a obra ao gosto de seu realizador. Nota 07.

Única foto conhecida de Billy The Kid, leiloada recentemente por 2,3 milhões de dólares

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Definitivamente Tony Manero é um filme estranho, ainda não consegui chegar a conclusão se gostei ou não, mas a produção chilena do diretor ...

151 - Tony Manero (Pablo Larraín/2008)

Definitivamente Tony Manero é um filme estranho, ainda não consegui chegar a conclusão se gostei ou não, mas a produção chilena do diretor local Pablo Larrain ganha destaque com a ousadia e na atuação do protagonista Alfredo Castro que interpreta Raúl Peralta, um sujeito de meia idade, dançarino, obcecado por Embalos de Sábado a Noite e Tony Manero; também com serias tendências violentas, além de fama de garanhão.
O filme é ambientado em um Chile que sofre com a ditadura de Pinochet, aonde tudo é controlado ou mau controlado de uma maneira extrema e muito das ações das pessoas são medrosas e veladas.
A primeira cena dá o tom descontrolado da película, Raúl ajuda uma senhora que acaba de sofrer um assalto, leva a idosa até em casa, é convidado para entrar e de repente acerta um soco na mulher e rouba sua TV. O roubo da TV dá inicio a uma peregrinação insana de Raúl, que quer a todo custo montar um show no bar em que trabalha baseado em Embalos de Sábado a Noite, com direito a palco com chão de vidro iluminado, uma bola de futebol que vira um globo de vidro e figurino idêntico ao de Tony Manero. Raúl também almeja conquistar o titulo de melhor imitador do personagem de John Travolta em um programa de uma rede de televisão do governo, que usa esse tipo de programação para distrair a população das agruras da ditadura.
No quesito ousadia, Tony Manero tem cenas que beiram a escatologia, como uma em que Raúl defeca na roupa de Tony Manero de um concorrente com mais talento que ele. A obra tem diversas cenas de sexo, algumas até explicitas, com destaque para uma de sexo oral, em que Raúl dá uma broxada homérica. O protagonista também mantém um envolvimento com todas as mulheres do bar/cabaret que trabalha, com algumas seqüências divertidas que envolvem uma mulher mais velha e sua filha.
Bom, depois dessa resenha descobri que gostei do filme, apesar de em alguns momentos parecer uma produção de segunda. Uma obra que até lembra algumas pornochanchadas brasileiras, além de apresentar, mesmo que de um ponto de vista totalmente deturpado, uma das épocas mais turbulentas da historia chilena e sul-americana. Nota 07.

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Red – Aposentados e Perigosos é uma comedia de ação sarrista que tem Bruce Willis como protagonista, fazendo par romântico com Marie-Lo...

150 - Red - Aposentados e Perigosos (Red/Robert Schwentke/2010)


Red – Aposentados e Perigosos é uma comedia de ação sarrista que tem Bruce Willis como protagonista, fazendo par romântico com Marie-Louise Parker, alem de outros atores mais famosos por filmes dramáticos como Helen Mirren e John Malkovich, e Morgan Freeman fazendo seu tradicional papel de coadjuvante simpático.
A trama não é das mais complicadas, ex – agentes da CIA começam a ser caçados por terem um suposto envolvimento em uma antiga missão com o atual vice – presidente americano, o verdadeiro motivo da missão, se descoberto, pode sujar a imagem do político.
A premissa é a mola propulsora para varias seqüências de ação, algumas bem explosivas e com armas gigantes. Todos os atores parecem bem à vontade nos seus personagens, claramente se divertindo. O destaque é para Helen Mirren que faz uma agente que manteve um envolvimento amoroso com um agente russo durante a Guerra Fria. As cenas mais engraçadas são protagonizadas por John Malkovich que faz um agente extremamente neurótico.
Uma obra que não tem muito que escrever, vale pela oportunidade de ver atores veteranos fazendo um filme de ação e Bruce Willis satirizando ele mesmo. Boa como distração. Nota 06.

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  Namorados para Sempre , até pelo péssimo titulo nacional e pelo fraco trailer, é uma obra que na primeira impressão sugere uma comedia ro...

149 - Namorados para Sempre (Blue Valentine/Derek Cianfrance/2010)


Namorados para Sempre, até pelo péssimo titulo nacional e pelo fraco trailer, é uma obra que na primeira impressão sugere uma comedia romântica das mais açucaradas, mas para quem se interessar, a realização do diretor e roteirista Derek Cianfrance, acostumado a documentários, torna sua investida em uma obra ficcional das mais interessantes.
A historia retrata o relacionamento de Dean (Ryan Gosling) e Cindy (Michelle Williams), mostrando os difíceis momentos atuais do casal e em flashbacks como eles se conheceram. Com as incursões no passado, o diretor traça um parâmetro das relações, em que coisas que não incomodavam no passado, passam a ser insuportáveis no presente. Isso de uma maneira bem competente e crível, trazendo a realidade deles para bem próxima da nossa. Com certeza, muita gente já passou por situações parecidas e vão se identificar com Dean ou Cindy.
As cenas deles se conhecendo são doces e divertidas, passadas na maioria das vezes em locais abertos, enquanto as cenas de discussões e brigas são passadas em lugares apertados, com a câmera bem perto dos atores, o que dá um sentimento claustrofobico crescente e criando bastante tensão.
O casal de atores se entrega aos papeis, com cenas de sexo bem cruas e com muitas outras cenas improvisadas por eles, que recebiam apenas sua parte do texto, para assim darem um tom de surpresa nas atuações, e em alguns momentos eles parecem mesmo surpresos com o que ouvem. Em uma outra seqüência, Ryan Gosling chegou a escalar uma grade no Brooklyn, ameaçando se jogar, o que deixou a equipe de filmagens em polvorosa.
O filme também tem um certo mistério que logo se soluciona, e traça de uma maneira bem simples o motivo pelo qual Cindy fica com Dean, já que ela tinha um namorado e estudava medicina, enquanto ele vivia de bicos. Como muitos poderiam dizer, ele não servia para ela.
Lendo alguns textos de outros cinéfilos, blogueiros e críticos cinematográficos, a tonica predominante das resenhas é que a obra não explora os motivos pelo qual Cindy deixa de amar Dean, até por ele ser um bom marido, mas achei o motivo todo bem claro e até simples, mas não vou escrever a minha impressão, até para quem assistir tirar suas próprias conclusões e Namorados para Sempre vale a pena ser assistido. Nota 09.

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  A nova obra do diretor Hideo Nakata , mais conhecido pelo japonês Ringu – O Chamado , é um filme que dialoga sobre os males que a inter...

148 - Chatroom (Hideo Nakata/2010)


A nova obra do diretor Hideo Nakata, mais conhecido pelo japonês Ringu – O Chamado, é um filme que dialoga sobre os males que a internet pode prover quando mal utilizada ou se utilizada por pessoas com problemas das mais variadas ordens.
Na trama, William (Aaron Johnson) é um jovem com sérios problemas familiares que gerencia uma sala de bate papo aonde outros jovens se encontram para conversar sobre as dificuldades e assim tentarem se ajudar. Bom, essa é a idéia que o jovem tenta passar. Na verdade, o chatroom funciona como uma maneira de William jogar toda sua raiva contra o mundo e ele vai pegar esses jovens que frequentam a sala como bodes expiatórios e assim manipular um deles, com um serio transtorno maníaco depressivo, para que se suicide.
Chatroom é um filme que começa devagar, mostrando toda a beleza da vida virtual, mas que não demora a tocar na ferida dos relacionamentos onlines, mesmo que de uma maneira extremista. O filme prende do inicio ao fim e se apóia bastante no visual, principalmente nas cenas passadas dentro das salas de bate papo, que são mostradas como lugares reais e coloridos, enquanto as seqüências no mundo real são em tons tristes e melancólicos.
O diretor Hideo Nakata constrói um suspense até competente, mas que perde pela necessidade explicita de chocar, não que eu ache que não deva, mas muitas obras chocam sem ter que apelar, mas Nakata não se preocupa com isso e joga na cara do expectador um turbilhão de informações pessimistas (com direito a animações darks em stop – motion) e dos mais variados tipos e assim criar um clima de mal estar.
A realização também tenta jogar no ventilador o quanto os Pais de hoje são permissivos e não estabelecem limites para os filhos, colocando – os como verdadeiros vilões da historia, mas a premissa não chega a ser crível, querendo dar um tom de lição de moral. Chatroom é um filme que tenta ser profundo, porem acaba funcionando apenas como um razoável suspense, que se não fosse a presença de Aaron Johnson, de Kick Ass, provavelmente passaria desapercebido. Nota 06.

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 Após a Guerra Civil americana, mercenários como Benjamim Trane ( Gary Cooper ) e Joe Erin ( Burt Lancaster ) vão para o México particip...

147 - Vera Cruz (Robert Aldrich/1954)



 Após a Guerra Civil americana, mercenários como Benjamim Trane (Gary Cooper) e Joe Erin (Burt Lancaster) vão para o México participar da Revolução com intuito de adquirir dinheiro. Inicialmente, eles são contratados pelo Imperador Maximiliano (George McCready), o líder francês local, para escoltar a Condessa Marie (Denise Darcel) a salvo ao porto e assim pegar um navio de volta a Europa, mas a viagem se revela uma farsa, quando a dupla de pistoleiros descobre um fundo falso na carruagem da Condessa repleto de ouro mexicano, que servira para financiar a chegada de mais tropas em terreno Mexicano e assim dar fim a Revolução. Porém, o exercito revolucionário local também esta atrás do ouro, que reivindica como tesouro nacional, assim uma intensa corrida pelo ouro vai acontecer, culminando em um combate sangrento na cidade de Vera Cruz.
Vera Cruz é um western com cara de superprodução de quando o gênero era um dos principais atrativos de Hollywood. O diretor Robert Aldrich, responsável por obras celebradas como Os Doze Condenados, realiza um filme que investe bastante na ação, com diversas cenas de perseguições e tiroteios. Apesar de ser um filme que não prima pelo conteúdo dramático, que poderia ser até mais explorado devido ao pano de fundo da Revolução mexicana, a obra consegue ser bastante simpática, principalmente pela parceria em cena da ótima dupla de atores formada por Gary Cooper e Burt Lancaster. Cooper faz um ex – combatente da guerra civil, elegante e culto e Lancaster representa o pior tipo de sujeito que o velho oeste poderia criar, sujo e cheio de artimanhas. O antagonismo dos dois cria as melhores cenas, com direito a iminentes duelos entre eles, apesar de serem parceiros em praticamente toda a trama.
A produção também tem outros atrativos, como a belíssima Sara Montiel, que faz uma mexicana revolucionaria que aparece como interesse romântico de Benjamim e vai mudar sua idéia em relação ao destino do ouro mexicano e Ernest Borgnine e Charles Bronson que também fazem pequenas e significativas participações como integrantes do grupo de bandoleiros liderados por Benjamim e Joe.
Vera Cruz esta mais para cinema pipoca do que para um faroeste revisionario. Apresenta excelente fotografia (ressaltada em alta - definição), trilha sonora e atores que elevam a qualidade da obra, para assistir e se divertir sem sofrimentos. Nota 7,5.

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Clássico dos anos 80, Garoto do Futuro é a historia de Scott Howard ( Micahel J. Fox ), um jovem com talentos apenas medianos, que de um...

146 - Garoto do Futuro (Teen Wolf/Rob Daniel/1985)


Clássico dos anos 80, Garoto do Futuro é a historia de Scott Howard (Micahel J. Fox), um jovem com talentos apenas medianos, que de uma hora para outra descobre que tem uma maldição de família que o transforma em um lobisomem e impulsionado pelas notáveis qualidades do seu novo eu, se torna o mais popular da escola e astro do time de basquete; mas o sucesso tem seu preço e Scott precisa saber quem ele quer ser para não decepcionar seu pai e amigos.
Garoto do Futuro é uma obra que apreciei muito na minha infância e a disponibilidade de uma copia em alta definição me motivou para revê – lo depois de tanto tempo. E não que o filme se mostrou ainda atrativo, tudo bem que não é o melhor da década de 80, com algumas cenas que remetem a outros clássicos e outras seqüências que parecem vídeos-clipe, mas a obra do diretor Rob Daniel, que ainda fez K-9 (outro clássico oitentista), apresenta Michael J. Fox no auge do seu carisma e fama, adquiridos pela obra – prima De Volta para o Futuro de Robert Zemeckis realizado no mesmo ano dessa obra, além de apostar em um tema que normalmente é explorado em filmes de terror e conseguir criar um monstro que consegue ser ameaçador e simpático. A transformação do personagem é muito bem realizada, com uma maquiagem perfeita, que dava o tom das produções que envolviam seres fantásticos e sobrenaturais naquela época.
Garoto do Futuro (mais um péssimo titulo nacional que provavelmente foi colocado para entrar na onda De Volta para o Futuro) é uma obra que teve seu relativo sucesso, gerando uma seqüência descartável e uma serie de desenhos animados exibidos a  exaustão pelo programa da Xuxa no final da década de 80 e inicio dos anos 90. Nenhum dos frutos posteriores conseguiu manter o charme do original, que se deve muito a presença de Michael J. Fox, um ator que deve ser reverenciado pelo que fez na TV e cinema. Nota 07.

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A primeira sensação ao terminar de assistir Não me Abandone Jamais é de raiva. Mesmo que sendo uma ficção, mas muito bem enquadrada no c...

145 - Não me Abandone Jamais (Never Let me Go/Mark Romanek/2010)


A primeira sensação ao terminar de assistir Não me Abandone Jamais é de raiva. Mesmo que sendo uma ficção, mas muito bem enquadrada no contexto Britânico, como um país/governo/sistema poderia lidar com pessoas da maneira que é retratada na obra do diretor Mark Romanek ?
No mundo de Não me Abandone Jamais, crianças que vivem em instituições são criadas, tratadas, educadas e manipuladas para que desde bem novinhas tenham a noção que serão meros objetos de reposição, quer dizer, quando atingirem a idade “ideal”, seus órgãos serão retirados para reporem os de outras pessoas mais abastadas e tudo isso inserido no sistema de saúde, tornando a realização mais crível e impactante.
Há um bom tempo não assistia um filme tão pessimista como esse, e olha que costumo assistir bastantes dramas e sempre procuro os mais lacrimosos, mas Não me Abandone Jamais é imbuído de nuances pertinentes e tão comuns ao próprio ser humano, como inveja e egoísmo. A trama é protagonizada por três amigos que vivem nesse sistema cruel, são eles: Kathy (Carey Mulligan), Tommy (Andrew Garfield) e Ruth (Keira Knightley), juntos eles formam uma família, mas como toda família eles vão brigar, descobrir o amor, sofrer (e muito), se separarem e se reconciliarem. A atuação da trinca é soberba e transforma a obra em um excelente filme, na minha opinião candidato a um dos melhores do ano.
A realização também tem momentos muito poéticos, lindos e melancólicos, uma das cenas mais bonitas e tristes é quando o trio se reencontra um tempo depois e Tommy e Ruth estão bem debilitados, pois já passaram por algumas intervenções cirúrgicas para retirarem seus órgãos, juntos eles conseguem um momento de “descanso” e passam uma tarde na praia, aonde tem um pequeno barco encalhado, e ali demonstram toda sua ingenuidade perante a um mundo tão cruel com eles, difícil não chorar, principalmente pela atuação simplista de Andrew Garfield, com tamanha felicidade do seu personagem em poder desfrutar daquele momento de felicidade com a sua família.
Não me Abandone Jamais é um filme para assistir e refletir. A maneira como o mundo e a vida são retratados na obra, apesar de fictícia, poderia muito bem ser real, além de explorar muito da natureza humana. Nota 10.  

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O Gabinete do Dr. Caligari é uma cultuada obra do cinema alemão que é considerada por muitos como um anti – manifesto expressionista, na v...

144 - O Gabinete do Dr. Caligari (Das Cabinet des Dr. Caligari/Robert Wiene/1920)


O Gabinete do Dr. Caligari é uma cultuada obra do cinema alemão que é considerada por muitos como um anti – manifesto expressionista, na verdade, o filme é uma interpretação visual da arte, da literatura e da arquitetura expressionista, com traços tortos, ângulos desconexos e narrativa que fogem de tradicionais soluções mais simplistas.
A historia é baseada em uma lenda do século XII, em que um monge manipula um sonâmbulo que acaba cometendo alguns assassinatos e atormentando uma cidade inteira. A lenda é atualizada e transposta para a época do filme, criando assim, talvez, um dos percussores dos filmes de assassinos seriais.
A realização do prolífico diretor Robert Wiene, considerado por muitos um realizador de segunda, é uma produção quase artesanal, que tem uma narrativa bem visual, com a excelente trilha sonora que da o tom das cenas, hora mais tensas ou mais dramáticas. Por ser um filme mudo, pode – se demorar um pouco a se conectar a trama, até pela dinâmica diferenciada, mas os closes que terminam em cortes e que abrem em outras cenas ajudam a dar uma edição mais rápida que acaba prendendo bem a atenção do expectador.
Acerca do diretor Robert Wiene, vale ainda ressaltar que apesar do sucesso do filme, ele acabou sendo bastante descriminado no seu país natal, por ter feito uma obra acusada de ter forte temática judaica e por isso não conseguiu emplacar mais nada substancial na Alemanha, principalmente por o país estar envolvido em iminentes guerras.
O Gabinete do Dr. Caligari ainda é um filme com cenas marcantes, principalmente as que o sonâmbulo Cesare aparece ou a seqüência final em que o Dr. Caligari (Werner Krauss) é perseguido até um asilo, aonde o mistério é revelado. Uma obra obrigatória para qualquer cinéfilo que se preocupe com a historia do cinema. Nota 10.

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  Graeme ( Simon Pegg ) e Clive ( Nick Frost ) são dois nerds britânicos que estão de ferias nos EUA. A primeira parada dos dois é na Comic...

143 - Paul (Greg Mottola/2011)


Graeme (Simon Pegg) e Clive (Nick Frost) são dois nerds britânicos que estão de ferias nos EUA. A primeira parada dos dois é na Comic – Con (aonde mais poderiam querer ir?), aonde reverenciam toda a cultura nerd, mas Graeme e Clive são fanáticos por historias sobre aliens e após alugarem um moto home, resolvem sair por ai visitando lugares de possíveis visitas aliens, como a Área 51.
No caminho, acabam topando meio que acidentalmente com Paul (voz de Seth Rogen), um alienígena que vivia na Área 51 e durante muitos anos muniu o governo americano de informações, desde a criação de equipamentos a consultoria de cinema a ninguém menos que Steven Spielberg. Depois de 60 anos nas mãos das autoridades, Paul não tem mais o que oferecer, a não ser seu cérebro, que os cientistas querem dissecar de qualquer jeito. Então com a ajuda da dupla de nerds e de Ruth (Kristen Wiig), uma ultra cristã que muda de opinião depois de receber o toque revelador do alien, Paul  precisa fugir dos agentes que o perseguem  e assim poder executar o plano que bolou para ser resgatado pelo seu povo.
Paul é a mais recente realização do diretor Greg Mottola, do ótimo Férias Frustradas de Verão, uma comédia que satiriza e reverencia diversos filmes e series de fantasia e ficção, principalmente E.T, Contatos Imediatos de Terceiro Grau e Arquivo X. O filme também conta com o retorno da dupla de atores Simon Pegg e Nick Frost, de Hot Fuzz e Todo Mundo Quase Morto, trabalhando juntos.
Apesar da dupla de atores demonstrarem um bom timing cômico, somado a irreverência da comediante Kristen Wiig, do programa Saturday Night Live, quem realmente rouba a cena é o boneco digital Paul, um alien super simpático, que devido aos anos vivendo na Terra, adquiriu diversos hábitos terrestres, como fumar cigarro e maconha, beber umas cervas, comer chocolates e ler gibis. A voz de Seth Rogen ajuda bastante a dar o tom descontraído do personagem.
Paul é uma obra que também remete ou homenageia filmes road – movies, já que boa parte da ação se passa no moto – home ou em algum lugar de estrada. Uma das claras referencias é a Easy Riders de Dennis Hopper, principalmente na cena em que estão fumando maconha e conversando besteiras em volta de uma fogueira, e a figura do alien bem que dá uns traços com um Jack Nickolson mais novo.
O filme não chega a ser super engraçado, mas tem seus momentos, principalmente nas cenas passadas durante a Comic – Com ou nas seqüências protagonizadas pela dupla de agentes atrapalhados formada por Bill Hader e Joe Lo Truglio, que são nerds de carteirinhas também, mas tentam bancar os durões, com direito a uma citação a Dirty Harry. Jason Bateman faz um outro agente mais misterioso e Sigourney Weaver faz uma ótima participação especial como a chefona dos agentes, quem melhor do que ela para caçar aliens, hein?
Em um dos momentos Paul cita: “O futuro da Terra pertence aos nerds”, dado a quantidade de obras, em qualquer mídia, que são lançadas voltadas para esse publico e acabam atingindo uma gama muito maior, será que alguém duvida? Eu não. Nota 7,5.

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Essa Pequena é uma Parada é uma comedia dirigida por Peter Bogdanovich que narra a historia de Howard Bannister ( Ryan O´Neal ), um Mes...

142 - Essa Pequena é uma Parada (What´s Up, Doc?/Peter Bogdanovich/1972)


Essa Pequena é uma Parada é uma comedia dirigida por Peter Bogdanovich que narra a historia de Howard Bannister (Ryan O´Neal), um Mestre de musica que vai com sua noiva para uma convenção em um hotel em San Francisco, aonde vai disputar com outro Mestre um subsidio para um projeto.
Nesse meio tempo entre a chegada no hotel e o jantar da convenção, Howard se envolve com Judy (Barbra Streissand), um moça com certo talento acadêmico, mas que vive na brincadeira, sem muitas preocupações e que inicialmente parece querer apenas perturbar o professor, o que acaba metendo ele em algumas situações embaraçosas com a noiva.
Paralelamente, uma dupla de trambiqueiros tenta roubar uma senhora rica que carrega diversas jóias em uma bolsa que se assemelha com a de Howard e de mais dois hospedes do hotel. Uma troca entre as bolsas vai criar uma grande confusão que culmina em uma perseguição de carros pelas ruas de San Francisco.
Essa Pequena é uma Parada é uma comedia que investe muito no humor físico, todos os personagens são caricatos, atrapalhados e neuróticos. Existe também um certo tom cartunesco na historia, que remete aos desenhos da Warner, com clara referencia ao personagem Pernalonga, tanto que em uma das cenas Judy chega a perguntar para Howard a tradicional fala do coelho “O que que há velhinho?”( que também é o titulo original do filme). O filme se segura muito no carisma e na atuação de Barbra Streissand, o seu personagem, mesmo representando uma garota atípica, parece ser o mais equilibrado.
Outro destaque é o trabalho de dubles na seqüência da perseguição, o que caracteriza muito bem as produções dos anos 70, que dependia muito de bons dubles, que serviam também como diferenciais para definir a qualidade de um filme.
Essa Pequena é uma Parada pode ser considerada como uma realização menor e despretensiosa do diretor Peter Bogdanovich, mas que não deixa de ter seu valor, diverte, te faz rir e que atinge ao que a obra se propõe. Nota 07.

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Baseado em um conto de Philip K. Dick, Agentes do Destino narra a historia de David Norris ( Matt Damon ), um promissor político, que po...

141 - Agentes do Destino (The Adjustment Bureau/George Nolfi/2011)


Baseado em um conto de Philip K. Dick, Agentes do Destino narra a historia de David Norris (Matt Damon), um promissor político, que por forças maiores não pode ficar com o amor da sua vida, a bailarina Elise (Emily Blunt). A força maior no caso é Deus ou o Presidente, como é chamado no filme, que tem os Anjos como seus agentes.
Os agentes não sabem o motivo pelo qual David não pode ficar com Elise, mas fazem de tudo para que isso não aconteça. Porem, Harry (Anthony Mackie), o Anjo que segue David, meio que comovido com a historia (apesar dos Anjos não serem dotados de emoções) resolve ajuda – lo.
Agentes do Destino foi um filme que me surpreendeu, esperava uma obra bobinha, mas a realização do diretor estreante George Nolfi transita bem pelo romance e thriller, brincando com destino e com aquela situação do que aconteceria se você não tivesse feito isso ou aquilo. Sem contar a premissa cristã de que Deus tem um plano para todos nós.
A horda de agentes é uma atração a parte, todos caracterizados com elegantes ternos e chapeis que fazem com que possam atravessar portas que os levam a lugares mais variados, uma espécie de salto no tempo. As cenas em que usam as portas para perseguir David ou quando o agente Harry ensina a David como usa –las são bem legais e visualmente bonitas, a edição rápida das imagens também ajuda bastante.
Matt Damon aparece bem a vontade no papel, ele tem crescido nas suas ultimas atuações, mostrando – se um dos principais atores da atualidade e Emily Blunt esta linda demais, um deleite para os olhos, além de ser talentosa, difícil mesmo querer deixar essa mulher de lado. Terence Stamp faz uma boa participação como um agente meio carrasco. Um filme que vale a sessão. Nota 07.

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  Colter Stevens ( Jake Gyllenhaal ) é um militar que acorda no corpo de outra pessoa dentro de um trem, e nos próximos minutos, desorienta...

140 - Contra o Tempo (Source Code/Duncan Jones/2011)


Colter Stevens (Jake Gyllenhaal) é um militar que acorda no corpo de outra pessoa dentro de um trem, e nos próximos minutos, desorientado, vê o trem explodir, segundos depois está em uma espécie de cápsula. Logo, o que Colter acaba de descobrir é que ele faz parte de um projeto cientifico do governo americano chamado Código Fonte, que consiste em visitar realidades paralelas e evitar acontecimentos trágicos.
 No caso, a missão de Colter é voltar ao trem e impedir que o mesmo exploda, achar o terrorista responsável e evitar que uma outra explosão de proporções maiores aconteça, isso tudo em apenas oito minutos, que é o tempo que a inserção nessa realidade alternativa pode durar.
Contra o Tempo é um filme que se assemelha bastante a Efeito Borboleta de 2004, devido as constantes repetições de cenas, mas que invés de investir nas viagens no tempo, explora o tema das realidades alternativas. A obra do diretor Duncan Jones, do interessante Lunar de 2009, é um thriller dos mais envolventes e tensos lançados ultimamente, mas peca por ter soluções obvias e como nas maiorias dos filmes que envolvem militares americanos, exacerbarem no patriotismo.
O protagonista Jake Gyllenhaal tem demonstrado um bom timing para filmes de ação, mas toda a baboseira militar patriótica acaba diminuindo o seu personagem, que tem as melhores cenas quando esta com Christina (Michelle Monaghan), os dois demonstram uma boa química que é pouco explorada na obra. Um filme que nas mãos de outro diretor mais experiente renderia uma obra mais complexa. Nota 6,5.

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  Após 40 anos preso, o coveiro Josefel Zanatas ou Zé do Caixão ( José Mojica Marins ) é libertado e tem sede de sangue e sexo. Ao lado do ...

139 - Encarnação do Demônio (José Mojica Marins/2008)


Após 40 anos preso, o coveiro Josefel Zanatas ou Zé do Caixão (José Mojica Marins) é libertado e tem sede de sangue e sexo. Ao lado do seu fiel servo Bruno (Rui Resende) procura por uma mulher que possa gerar seu filho perfeito, a continuidade do seu sangue, como o próprio diz.
No meio dessa jornada, Zé do Caixão vai espalhar muito sangue, arrancar tripas, escalpos, visitar o purgatório e desafiar crendices populares. Além de ter que enfrentar antigos inimigos como o coronel Miro (Jece Valadão) e seu irmão o Capitão Pontes (Adriano Stuart) e novos inimigos como o Padre Eugenio (Milhem Cortaz), filho de um medico que foi vitima do temido coveiro.
Encarnação do Demônio é a volta de José Mojica Marins e suas indefectíveis unhas ao cinema, e olha que o estranho senhor retorna muito bem. Mojica cria uma obra que envolve todo o folclore criado entorno de sua pessoa, explorando o estranho ao extremo, além de criar um filme super ousado para os padrões do cinema nacional.
Antes do inicio do filme, aparece uma legenda dizendo que a obra foi bancada por uma lei de incentivo a filmes de baixo orçamento, sinceramente, nem parece um filme B. A realização é repleta de bons efeitos, alguns bem realistas. A aparição dos fantasmas do passado que voltam para atormentar o coveiro são de gelar a espinha, com destaque para a cena em que uma das mulheres mortas por Zé aparece dilacerada e com varias aranhas enormes saindo do seu ventre.
Um dos outros acertos é a historia ser ambientada em uma favela paulista, com seus terreiros de candomblé e personagens bizarros como as bruxas gêmeas cegas, o lugar certo para criar o clima underground necessário para a trama se desenvolver.
A produção tem boas seqüências, como a da abertura, quando vão soltar Zé do Caixão ou os flashbacks de filmes anteriores como A Meia Noite Levarei sua Alma e Esta Noite encarnarei no teu Cadáver, que inserem as antigas noivas mortas pelo coveiro. Ainda é um filme repleto de frases de efeitos proferidas pelo coveiro e por suas novas noivas, aliás, uma das minhas noivas preferidas é Helena (Nara Sakare), linda e sensual, que protagoniza uma cena de sexo com Zé repleta de sangue. Uma das ressalvas é a obra dar muita importância as cenas gores, que em certo momento cansa um pouco e que acaba deixando um pouco a trama de lado.
Encarnação do Demônio é uma realização que não deixa nada há dever a muitos filmes de terror americanos mais recentes, com direito a uma luta de facas no epílogo. Explora bem as crendices populares brasileiras, ousando com diversas cenas de nu frontal e sexo e utilizando ótimos atores esquecidos como Jece Valadão e Adriano Stuart. Nota 07.


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  Prelúdio para Matar é obra prima dos Giallos, filmes de suspense italianos que envolvem assassinos em serie, investigações, mortes vio...

138 - Prelúdio para Matar (Profondo Rosso/Dario Argento/1975)


Prelúdio para Matar é obra prima dos Giallos, filmes de suspense italianos que envolvem assassinos em serie, investigações, mortes violentas (principalmente de mulheres) e luvas. Essa obra dirigida por Dario Argento, um dos mestres do gênero, narra a historia de Marcus Daly (David Hemmings), um pianista que presencia o assassinato de uma paranormal e ao lado da repórter Gianna Brezzi (Daria Nicolodi) se vê envolvido na investigação do estranho crime e de outros assassinatos subseqüentes.  
O diretor e roteirista da obra Dario Argento constrói um suspense psicológico, violento e com certas pitadas de humor, em que muitos dos melhores momentos se vêem apenas a mão do assassino vestida em uma elegante luva, o rosto é revelado apenas no final. A produção também demonstra uma estética forte e trilha sonora que caracteriza bem as principais cenas de tensão.
O interessante é que em alguns momentos o filme demonstra certa sensibilidade para os personagens, principalmente quando Marcus e Gianna começam a se envolver ou quando Marcus visita a casa de um rapaz homossexual envolvido com um dos músicos com quem toca. Como não sou um perito nesse tipo de gênero, não sei se também é uma característica dessas produções.
O filme tem seqüências que me agradaram muito, com destaque para as passadas dentro de uma antiga mansão, aonde parte do mistério se resolve. As cenas aonde se revelam o verdadeiro assassino são bem impactantes, com todo aquele jogo de espelhos e o flashback que mostra o verdadeiro motivo dos assassinatos é forte e ousado.
Prelúdio para Matar é uma obra que atinge a excelência no que se propõe e que influenciou uma centena de filmes, principalmente os slashers e gores americanos. Ainda lançou uma boa parte dos diretores italianos da década de 70 e 80, que fizeram suas estréias em Giallos, como o próprio Dario Argento, Lucio Fulci e Mario Bava, que praticamente criou o gênero. Uma produção que une diversão e arte na medida certa. Nota 10.

P.S: Agradecimentos ao Blog Pudim de Cinema pela interação e indicação dessa obra e diversas outras do gênero que pretendo assistir.

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Michael Petersen ( Tom Hardy ) é um lunático/psicopata que entra e sai da cadeia desde bem novo. Michael sonha grande, quer ser famoso e par...

137 - Bronson (Nicolas Winding Refn/2008)

Michael Petersen (Tom Hardy) é um lunático/psicopata que entra e sai da cadeia desde bem novo. Michael sonha grande, quer ser famoso e para isso precisa de um nome artístico, um nome imponente, que represente o seu desejo de matar, nada mais apropriado que Charles Bronson, que é como quer que fique conhecido. O envolvente, violento e artístico Bronson do diretor dinamarquês Nicolas Winding Refn, conhecido também pelo mais recente Valhala Rising, é a incrível e surreal historia baseada na trajetória do presidiário mais famoso da Grã – Bretanha. Michael/Bronson era tão alucinado e violento que chegou a passar 30 anos na solitária.

Nicolas Winding Refn (é bom ficar de olho nesse rapaz) transforma a historia do presidiário em uma obra explosiva, visceral, mas imbuída de humor negro e sarcasmo. A seqüência inicial da o tom da película: Michael aparece como se estivesse protagonizando uma apresentação stand – up, em que o que vai falando, vai sendo contradito com as cenas que vão pipocando freneticamente na tela. Praticamente o filme todo vai sendo narrado como se fosse um show, mas a intensidade das inserções teatrais vai diminuindo durante a exibição, alias,  as entradas são ótimas (uma das minhas preferidas e quando Michael aparece com o rosto pintado, fazendo dois personagens), o que faz o expectador ficar esperando sempre pela próxima.

A inserção de certa comicidade nessa realização provavelmente se deve ao excesso de violência do protagonista, talvez numa forma de aplaca – lo. O ator Tom Hardy entrega uma atuação icônica, que eleva seu nome, o seu Michael Peterson é amoral e distopico, mas ao mesmo tempo consegue passar certa ingenuidade, como um animal descontrolado, tanto que em uma das cenas chega a lutar com rotweillers. O mais incrível é que se Michael não fosse tão insano, talvez ele fosse um excelente boxeador, o sujeito tinha socos potentes. Apesar de cometer atos totalmente reprováveis, o protagonista consegue ser extremamente carismático, tanto que é retratado um improvável romance no pouco tempo em que esta livre das grades.

Bronson também é repleto de cenas marcantes, como uma em que esta preso em um hospício e rola tipo um baile, com uma seqüência em que todos os pacientes dançam super chapados ao som de “It´s my Sin” do Pet Shop Boys, para entrar na historia, ou quando começa a praticar lutas clandestinas no tempo em que fica solto ou quando perto do epílogo ele começa a desenhar para libertar sua fúria, mas num acesso de loucura se tranca com o  psiquiatra e pratica no pobre homem toda a sua arte. Para o bem da humanidade, Michael Petersen ou Charles Bronson, como é mais conhecido, continua nas mãos das autoridades britânicas e sem data para ser libertado. Em seus delírios sempre salientava que queria ser famoso e transformar sua vida em arte, parece que conseguiu.

 
O verdadeiro Michael Petersen/Charles Bronson

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  Hanna ( Saoirse Ronan ) é uma adolescente que vive desde criança isolada com o pai ( Eric Bana ) em uma inóspita floresta. Erik, o pai, ...

136 - Hanna (Joe Wright/2011)



Hanna (Saoirse Ronan) é uma adolescente que vive desde criança isolada com o pai (Eric Bana) em uma inóspita floresta. Erik, o pai, é um ex – agente da CIA que treinou Hanna desde sempre para ser uma infalível assassina. Quando Hanna resolve ver o mundo, ao qual é deixada a mercê pelo próprio pai que procura uma maneira de esconde – lá na multidão, ela tem que enfrentar Marissa (Cate Blanchett), uma outra agente que tem um antigo envolvimento com seu pai, e seus capangas em uma perseguição que começa no Marrocos e se estende até a Europa. Nesse meio tempo, Hanna convive com uma família itinerante, com quem aprende sobre humanidade, além de investigar sobre seu próprio passado e o mistério que motiva Marissa a persegui – lá impiedosamente.
Com certeza Hanna é um thriller de ação atípico, com aura toda investida em contos de fadas, além de apresentar uma improvável assassina ingênua. A obra do diretor Joe Wright, de épicos como Desejo e Reparação e Orgulho e Preconceito, bebe na fonte de filmes como Identidade Bourne e Oldboy, mas além da violência explicitada, ele consegue criar momentos bem íntimos, típicos de dramas, como as cenas protagonizadas por Hanna e a filha (Jéssica Barden) da família que a acolhe, dentro de uma barraca ou a seqüência realizada dentro de uma casa que remete ao imaginário dos Irmãos Grimm, com momentos mágicos e tocantes, aonde a personagem, apesar de assassina, consegue externar seu lado menina. Alías, essa cena na casa dos Irmãos Grimm, ressalta o tom de conto de fadas da historia, que caracteriza o personagem de Cate Blanchett como a bruxa – má que persegue a princesa ingênua, mas nem tão indefesa.
A realização também tem boas cenas de ação, que se utiliza da imponente trilha sonora eletrônica do Chemical Brothers para compor os tantos momentos de tensão. Uma das mais interessantes seqüências é a realizada no meio de containeres, em um porto, que remete a cena do corredor de Oldboy, super bem coreografada para um diretor acostumado a dramas, mas li que o coreógrafo das lutas é o mesmo da trilogia Bourne, bom, isso deve ter ajudado bastante também.
Outros bons momentos do filme são as cenas em que Hanna tem o primeiro contato com a civilização ou quando se envolve emocionalmente com um rapaz, mesmo que de uma maneira rápida e pouco tradicional. Também devo ressaltar o trabalho de Cate Blanchett, que dificilmente não entrega uma boa atuação e de Saoirse Ronan, que consegue passar o sentimento de estranheza necessário ao personagem para que o filme engrene, além da menina ter uma beleza angelical e impar que contrasta com a violência que Hanna acaba propagando mesmo sem querer.   
Hanna é uma obra bem desenvolvida e que foge do lugar comum, que só não atinge a excelência  porque apresenta alguns furos, principalmente no final, que fica parecendo que o diretor quis resolver rapidamente, não sei se também ouve cortes, que pelo epílogo até sugere. Uma outra ressalva foi achar que os personagens poderiam ser mais bem aprofundados, mas como a intenção era criar um conto de fadas moderno, e nos contos os personagens (mesmo os heróis) sempre são dotados de mistérios, como o filme ficou, pode – se dizer que foi bem satisfatório. Nota 08.

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  Rick ( Owen Wilson ) e Fred ( Jason Sudeikis ) são dois maridos que vivem uma boa vida com suas famílias, mas sentem falta dos velhos ...

135 - Passe Livre (Hall Pass/Bobby e Peter Farrelly/2011)



Rick (Owen Wilson) e Fred (Jason Sudeikis) são dois maridos que vivem uma boa vida com suas famílias, mas sentem falta dos velhos tempos de esbornia. Depois de alguns furos com esposas, como: serem pegos olhando para outras mulheres ou flagrados em conversas sobre o que fariam se tivessem amantes, Rick e Fred ganham uma semana de férias do casamento.
Passe Livre é uma comedia divertidinha dos Irmãos Farrelly, mais famosos por Quem vai ficar com Mary?, que guarda a tradicional escatologia promovida pela dupla com toques de romance açucarado, uma formula que fez a fama dos diretores.
O filme tem cenas engraçadas, principalmente as protagonizadas pela dupla de atores e os amigos coadjuvantes, com destaque para a seqüência em que comem brownies de maconha durante uma partida de golfe. Outra cena que marca bem o estilo dos diretores, é a passada na sauna, quando Rick é salvo por dois homens nus de um afogamento na banheira, chega a incomodar o close nas partes dos rapazes. 
Destaques para a bela e sensual Nicky Whelan, que faz o interesse sexual de Rick e uma hilária participação especial de Richard Jenkins, como um especialista em fisgar mulheres. Passe Livre é daqueles filmes que divertem e prendem ate o fim da exibição, mas que logo se esquece. Nota 05.

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A Marvel faz um reboot da serie com os heróis mutantes nesse X – Men: Primeira Classe .  Aventura com toques de espionagem que me surpreende...

134 - X - Men: Primeira Classe (X - Men: First Class/Matthew Vaughn/2011)

A Marvel faz um reboot da serie com os heróis mutantes nesse X – Men: Primeira Classe.  Aventura com toques de espionagem que me surpreendeu bastante pela trama e pelas atuações.
Nessa nova obra, somos apresentados à primeira historia do grupo liderado pelo professor Charles Xavier, claro que de uma maneira produzida para o cinema e não se preocupando em ser extremamente fiel aos quadrinhos. Como ficou, a produção dirigida por Matthew Vaughn, do incensado Kick Ass, parece uma graphic novel de luxo, daquelas com traço elegante e história crível, fazendo um mix de fatos reais com ficção. Aliás, a ambientação da trama, passada durante a crise dos mísseis russos enviados para Cuba, tema que até rendeu o longo 10 Dias que abalaram o Mundo, foi uma ótima sacada do roteiro, criando interessantes momentos de espionagem, que acaba nos remetendo aos bons filmes de 007, principalmente os protagonizados por Sean Connery.

A escalação do elenco é um atrativo a parte, James McAvoy consegue imprimir a sagacidade e inteligência necessária ao professor X e Michael Fassbender entrega uma ótima atuação como Magneto, mesclando a liderança, charme, insanidade e mistério que o personagem necessita para ganhar força. A talentosa Jennifer Lawrence interpreta uma jovem Mística, dando mais profundidade ao personagem e Kevin Bacon encarna o vilão Sebastian Shaw de maneira apenas correta, o destaque negativo é a atuação de January Jones que faz uma Rainha Branca que mais lembra uma prostituta de luxo. A aparição de mutantes inéditos no cinema como Banshee e Destrutor também satisfazem e o Fera ganha bastante destaque na história. Rose Byrne interpreta Moira McTargett, agente da CIA e envolvimento amoroso de Charles Xavier. Um dos melhores momentos é a tensa sequência, protagonizada por um Magneto ainda garoto, no campo de concentração, em que é obrigado a invocar seus poderes para que a sua mãe seja poupada de uma execução.

X – Men: Primeira Classe é um filme que dá novo fôlego a franquia de um dos grupos de heróis mais famosos e populares da Marvel e com certeza deixando os fãs satisfeitos por poderem conferir uma realização que prima pela qualidade e honra a mitologia criada nos HQs. Nota 08.


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  Um general americano ( Sterling Hayden ) enlouquecido e convencido de que os comunistas estão infectando o povo americano através do f...

133 - Dr. Fantástico (Dr. Strangelove or How I Learned to Stop Worrying and Love the Bomb/Stanley Kubrick/1964)



Um general americano (Sterling Hayden) enlouquecido e convencido de que os comunistas estão infectando o povo americano através do flúor que começa a ser adicionado em vários alimentos, decide ordenar um ataque nuclear a União Soviética. Capitão Mandrake (Peter Sellers), seu oficial executivo, tenta a todo custo impedir ao ataque, até ordenar que atirem em uma maquina de refrigerantes para pegar suas moedinhas e assim ligar para o Presidente dos EUA.
Enquanto isso, o Presidente (Peter Sellers), decide o futuro da humanidade na sua sala de guerra. Auxiliado por diversas figuras, um deles o preconceituoso e mulherengo General Buck (George C. Scott), outro o Embaixador Russo (Peter Bull) que ao telefone junto com o Presidente tenta destituir a idéia do Premier Soviético, um bebum de primeira, de revidar a investida americana e o misterioso Dr. Strangelove (Peter Sellers de novo), um ex – cientista nazista que agora trabalha para os EUA, que serve como conselheiro e lhes alerta sobre a arma russa conhecida como Maquina do Juízo Final, capaz de aniquilar toda a raça humana.
Dr. Fantástico é a cultuada e premiada comedia de humor negro do lendário diretor Stanley Kubrick que narra um ataque nuclear acidental, se é que pode ser caracterizado assim. Um filme icônico que dialoga de maneira inusitada sobre a Guerra fria e toda a paranóia que o mundo vivia naquela época.
Demorei um pouco para me conectar a historia, devido ao inicio com muitos termos militares, mas quando o Capitão Mandrake começa a tentar convencer o seu superior de cancelar o ataque, percebi que era uma obra diferenciada, até para a filmografia de Kubrick, até então acostumado a fazer filme mais sérios. Não que Dr. Fantástico não seja serio, o filme usa do humor para criticar todo um modo de pensar, principalmente o americano e até por ter sido realizado em 1964, auge da Guerra fria, talvez essa abordagem tenha sido brilhante, e com certeza criou uma reflexão generalizada do assunto, mesmo que de uma forma velada.
Dr. Fantástico também é uma obra em excelência em diversos outros pontos: a caracterização dos personagens, a trilha sonora marcante, principalmente nas cenas dos aviões; seqüências absurdamente impressionantes, com destaque para quando um dos militares desce em uma das bombas atiradas como se estivesse montando um touro ou a hilária cena final em que o Dr. Strangelove tenta conter seus trejeitos nazistas e principalmente na atuação magistral de Peter Sellers, compondo três personagens totalmente distintos. Que magnífico e versátil ator é esse Sellers, um dos melhores de todos os tempos e que ficou marcado por filmes mais pastelões como os da Pantera Cor de Rosa e Um Convidado bem Trapalhão, que não fazem jus ao seu talento, demonstrado em obras como essa e Muito Além do Jardim, outra obra – prima. Com certeza, Dr. Fantástico é uma realização que atesta ao cinema o status de sétima arte. Nota 10.

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  No universo de Padre , filme baseado na HQ escrita pelo coreano Hyung Min – Woo, humanos e vampiros estão em guerra desde sempre. Os va...

132 - Padre (Priest/Scott Charles Stewart/2011)


No universo de Padre, filme baseado na HQ escrita pelo coreano Hyung Min – Woo, humanos e vampiros estão em guerra desde sempre. Os vampiros são criaturas grotescas, verdadeiros monstros na verdade e desprovidos de qualquer sutileza e inteligência superior, predadores por natureza.
A guerra através de séculos dizimou boa parte da humanidade e fez os sobreviventes se refugiarem em cidades protegidas pela Igreja Católica, que assumiram o papel de regentes das nações. Para se defenderem da ameaça dos Vampiros, a Igreja criou uma horda de guerreiros conhecida como Os Padres, treinados desde crianças e tão letais quanto os inimigos.
Após os anos de guerra com os guerreiros, a humanidade acredita que a ameaça vampira foi aniquilada e destitui a horda de Padres, transformando - os em parias, vivendo a margem da sociedade. Quando um Padre (Paul Bettany) recebe a noticia de que a casa de seu irmão foi atacada por possíveis vampiros e sua sobrinha sequestrada, o Padre resolve desafiar o Clero e partir em uma jornada para tentar salvar a vida da menina.
A primeira sensação ao assistir a Padre é de um filme que tenta emular tantos outros, como: Matrix, Mad – Max, Blade Runner, Van Helsing. Porém, a obra do diretor Scott Charles Stewart, que junto com Paul Bettany fizeram o fracassado Legião de 2009, se sai bem no quesito prender a atenção do expectador. O filme é curto e passa voando, devido à edição rápida que vai emendando uma cena na outra, sem deixar muito tempo para alguma coisa distrair a atenção.
Padre também é um filme com soluções previsíveis, mas que até pelo argumento da historia acabam passando batidas e a obra tem seus momentos, como o prólogo contado em forma de animação, muito bem feito. Nota 06.

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