Tio Boonmee (Thanapat Saisaymar) é um agricultor que sofre de insuficiência renal e esta prestes a morrer. Boonmee reúne em seu sitio a sua cunhada, alguns amigos, além de receber a visita de sua finada esposa em forma de fantasma e de seu filho que sumiu na floresta e aparentemente se tornou um figura mítica conhecida como Macaco – Fantasma. Nesse dias que se passam, Boonmee vai relembrar sua vida e celebrar sua morte.
Tio Boonmee que poder Recordar sua Vidas Passadas foi o ganhador da Palma de Ouro de Cannes em 2010 e um filme celebrado por muitos cinéfilos. Também gostei do filme, mas esperava uma obra mais contundente, se talvez conhecesse a filmografia do diretor tailandês Apichatpong Weeresethakul saberia o que estava por vir. Pelo que andei lendo depois de assistir o filme, Apichatpong é um diretor que preza por contar a história de uma maneira bem visual, de forma bem lenta e com longas tomadas em que os atores se mantem estáticos. Para alguns desavisados pode passar a sensação de ser um filme chato e se o expectador não estiver em um bom dia, pode ser mesmo. Porém, Tio Boonmee... é um produção tocante, sensível e com belas cenas, como a passada dentro de uma caverna, já perto da morte de Boonmee.
A produção também é bem crua, com personagens bem naturais, como se algumas cenas fossem filmagens reais da vida daquelas pessoas, mas que tem como contraponto as sequências fantásticas com a participação do Macaco – Fantasma e o fantasma da esposa. A aparição do Macaco é de uma força estética grande e marcante também, impressionante como o diretor consegue realizar com excelência essas tomadas usando apenas dois pontos vermelhos na escuridão.
Tio Boonmee que pode Recordar sua Vidas Passadas é um filme único, que necessita um pouco de paciência para sua melhor apreciação, mas que merece todo o respeito. Além de mostrar uma visão diferente da morte. Nota 08.
Harold (Bud Cort) é um jovem rico, sem muitas pretensões e obcecado pela morte, tanto que vive assustando a mãe com situações de suicídio e gosta de frequentar funerais. Maude (Ruth Gordon) é uma senhora libertina, a beira de completar 80 anos e que guarda um diferente e peculiar gosto pela vida, além de freqüentar funerais também. Os dois se conhecem em um funeral e desenvolvem uma improvável amizade, que flui para um mais improvável romance (isso mesmo), mas Maude tem seus objetivos, mesmo que estranhos e que vão influenciar toda a maneira de Harold ver a vida ou a morte.
Ensina – me a Viver é um filme fantástico que dialoga sobre vida e morte. A vida representada pelo jovem Harold e a morte pela senil Maude. Uma obra de excelência em tudo. As atuações brilhantes, principalmente de Ruth Gordon, que equilibra bem transgressão, delicadeza e a senilidade de sua personagem. Bud Cort entrega com qualidade um jovem mimado, com preocupação em chocar e que só entende o sentido e o amor pela vida quando conhece Maude. Uma das cenas mais belas e tocantes é quando Harold se declara para Maude no meio de um ferro – velho e lhe dá um presente, que Maude prontamente joga fora e explica o motivo dizendo que sempre vai saber onde o presente estará, além dessa cena revelar sutilmente o passado de Maude.
Apesar de focar no romance e na dramaticidade das situações, Ensina – me a Viver é uma obra que também tem bons momentos cômicos, principalmente quando a mãe (Vivian Pickles) do rapaz começa a lhe arrumar encontros, para que arrume uma esposa. Outros momentos engraçados se dão pela presença de seu tio (Charles Tyner), um militar extremista e patriota que quer corrigir o rapaz levando – o para a vida militar. As cenas do casal fazendo diversas loucuras, como roubar carros e arvores, além de desafiar e zombar de um policial são ótimas e marcantes, dignas de uma obra – prima.
Não poderia deixar de comentar sobre um outro ponto positivo da produção que é a trilha sonora belíssima com canções de Cat Stevens, que ajudam a contar a história, além de dar o tom certo de algumas cenas. Ensina – me a Viver é um filme obrigatório para quem gosta de cinema de qualidade: melancólico, engraçado, belo e poético; que já entrou para a minha lista de filmes preferidos. Nota 10.
Na Companhia dos Lobos é um filme que explora a secular história da Chapeuzinho Vermelho. Nesse o diretor irlandês Neil Jordan transforma o popular conto de fadas em um filme ora sombrio, ora com conotações sexuais. Aliás o que mais me chamou atenção foi esse lado sexual, que acaba elevando um pouco a qualidade da obra.
Neil Jordan também acerta no visual, que causa certa estranheza e mau estar em alguns momentos, ajudado pela trilha sonora que dá um tom de filme de terror. A atuação de Sarah Petterson, que faz a Chapeuzinho, pode ser destacada, principalmente nos momentos dela com o Lobo – Mau. A menina, de uma beleza impar, nos entrega uma Chapeuzinho bem safadinha e cheia de curiosidade. Stephen Rea faz uma participação especial como um lobo que deu origem a maldição.
O filme é interessante, mas algumas outras histórias que não tem haver com a principal são contadas durante a exibição, o que acaba atrapalhando um pouco a narrativa e em outros momentos achei que Neil Jordan se preocupou em ser bizarro e esses momentos podem desconectar um pouco o expectador da obra. Na Companhia dos Lobos é uma realização inregular, mas que tem seus momentos e pelo que andam dizendo, bem superior ao mais recente Garota da Capa Vermelha. Nota 06.
Luiz Mário (Marcelo Serrado) é um empresário paulista e conquistador inveterado. Malu (Fernanda de Freitas) é carioca e funcionaria de um hotel cinco estrelas. Para fugir de uma ex – amante obsessiva, Luiz Mário vai passar uma temporada no Rio e passeando pela praia acaba sendo atropelado por Malu e sua bicicleta. A atração é instantânea e logo eles começam um relacionamento despretensioso, que vai crescendo gradativamente, até estarem apaixonados.
Então chega a hora de Luiz Mário voltar para São Paulo. Os dois resolvem manter um relacionamento a distancia, mas a saudade é grande e em uma das viagens para se encontrarem, Luis pedi Malu em casamento, que prontamente aceita e se muda para Sampa. Tudo anda as mil maravilhas, até que Luis começa a desconfiar da fidelidade de Malu, devido a suas constantes viagens ao Rio e a uma infinidade de amigos homens que estão sempre em contanto com ela. A desconfiança vai aumentando e tudo parece conspirar para que Luis volte à vida de conquistas, principalmente quando Sueli (Marjorie Estiano), amiga de longa data de Malu e conhecida destruidora de lares, aparece na vida deles.
Malu de Bicicleta é um filme que promete, mas não cumpre, daqueles de deixar bem decepcionado. A premissa é bem interessante, porém a história empaca, talvez por ficar martelando o tempo todo no ciúme de Luis. Alias o filme inteiro é praticamente sobre isso, as cenas deles se apaixonando e do romance propriamente dito são curtas e pouco exploradas. Deveriam ter mais momentos da dupla, que demonstram boa química na cena em que fazem sexo a primeira vez, uma das poucas boas cenas. A outra boa cena é a do epílogo com Marjorie Estiano, que se esforça para entregar uma boa atuação.
Não li o livro de Marcelo Rubens Paiva no qual o filme se baseia, mas provavelmente essa obra deve ter ficado bem aquém. Um dos principais motivos do fracasso, talvez seja a obrigação de ser comercial. Uma pena. Nota 04.
Um grupo teatral ensaia peça obscura quando uma das atrizes (Barbara Cuspiti) se machuca e é conduzida a um hospital. Ao ser atendida, percebe que aquele não é um hospital tradicional, mas sim um hospital psiquiátrico que guarda alguns pacientes assassinos e violentos como Irving Wallace (Clain Parker), um estripador que ficou famoso pelas morte violentas.
Durante o atendimento, Irving foge e se esconde dentro do carro da atriz, que incoscientemente o leva para o local dos ensaios. Logo, o estripador mata uma outra atriz de forma bárbara, o que causa um estardalhaço na mídia. O ganacioso diretor, mesmo após a morte da atriz, achando que o fato serviria como publicidade e alavancaria o interesse pela produção, resolve continuar os ensaios, só que dessa vez trancados dentro do teatro. O que eles não sabem, é que o assassino ficou escondido dentro também.
Pássaro Sangrento é um divertido terror, desses slashers, caprichado na sanguinolência, mas que se diferencia um pouco pelos cenários e pela caracterização. Aliás, o cenário é uma atração a parte, aquele enorme teatro, com tantos lugares a serem explorados e para se esconder, influencia em muito a boa degustação do filme e participa na criação dos momentos de tensão. Interessante, como a sensação que tive é que deve ter sido um filme muito gostoso de se fazer, daqueles que a gente faria.
A obra tem um trilha sonora que pode não ser classificada como boa, mas que ajuda muito a dar o tom do filme, em muitos momentos exagerado e histérico. O que dizer do assassino com aquela máscara de pássaro? Uma imagem marcante que fala por si só e que caracteriza a loucura do personagem.
A produção tem algumas curiosidades, como: ter sido realizada na Itália, mas ser toda falada em inglês, além de remeter a aquelas obras de terror italianas produzidas nos anos 70. Um filme que somente conheci pela indicação e idolatria do meu bom amigo Brunão, do querido blog B - Cine. Esse post é em sua homenagem meu amigo. Nota 07.
Até aonde a loucura pode levar uma pessoa? Acho que o grande intuito dessa obra dirigida e roteirizada pelo veterano Werner Herzog era dialogar sobre esse tema. Meu filho, olha o que fizeste! (título em Portugal, pois esse filme não tem data para lançamento no Brasil) narra a história de Brad McCullum (Michael Shannon), um homem já não tão jovem assim, que é superprotegido pela mãe (Grace Zabriskie) e que depois de um acontecimento marcante acaba desenvolvendo uma psicose que culmina assassinando a própria mãe.
O filme tem duas narrações, uma do desenrolar do assassinato, com a policia sitiando a sua casa, aonde Brad se esconde possivelmente com dois reféns e outra que mostra fatos do passado, narrada pela sua noiva (Chlöe Sevigny) e pelo diretor (Udo Kier) de uma peça teatral que Brad encenou. Willem Dafoe faz o policial que conduz o caso e interliga as duas narrações.
Meu filho, olha o que fizeste! também é uma obra um tanto estranha, tanto nas atuações, na caracterização dos personagens e na maneira como é conduzida. Não sei se a produção executiva a cargo de David Lynch tenha influenciado alguma coisa, é bem provável, mas como Werner Herzog já produziu outros filmes que fogem do lugar comum como Vício Frénetico e Nosferatu, O Vampiro da Noite, outra possibilidade é que a junção dos dois tenha unido o estranho ao improvável.
Para finalizar, esse foi um filme que inicialmente achei chato e tedioso, mas depois, analisando melhor, percebi que ele tinha me agradado, não sei explicar ao certo. A atuação do sempre bom Michael Shannon, de Possuídos e Foi Apenas um Sonho, pode ter influenciado e a obra consegue ao que se propõe: criar sentimentos diversos no expectador. Nota 07.
Cópia Fiel é um bonito filme que acompanha um passeio na tarde da cidade de Toscana, na Itália, de Elle (Juliette Binoche), uma curadora de arte e James Miller (William Shimell), um escritor que realizou um livro sobre peças de arte e a importancia de suas cópias originais.
A obra do diretor iraniano Abbas Kiarostami tem um ritmo lento, que pode incomodar, mas que nos envolve em uma aura de romance, talvez pelas paisagens da belissima Toscana e pela tocante atuação de Juliette Binoche. Em alguns momentos privilegia as expressões faciais da dupla de protagonistas, com closes bem perto dos seus rostos e usando a camêra para fazer um interessante jogo entre os personagens e o expectador. Alguns closes são longos e parecem até obras de arte, talvez a intenção fosse essa mesmo, nos fazer apreciar as cenas como se fossem quadros.
A história me lembrou bastante Antes do Pôr do Sol de Richard Linklater, com aquela situação do casal que só tem uma tarde para passarem juntos, mas Cópia Fiel tem sua originalidade, principalmente quando eles começam a fingir que são casados, fazendo o filme ganhar bastante força. A cena do restaurante é a minha preferida, aonde eles emulam uma discussão de um casal casado a 15 anos e no dia do aniversário de casamento o marido esquece da data, mostrando como o tempo, trabalho e filhos podem desgastar um relacionamento. Nota 08.
Mick Haller (Matthew McConaughey) é um advogado de porta de cadeia, com um certo talento e que usa um carro Lincoln como escritório. Mick na maioria das vezes defende pessoas com um pé na criminalidade, como motoqueiros traficantes ou viciados.
Um dia, Mick é chamado em uma delegacia por Louis Rollet (Ryan Phillippe), um riquinho de Beverly Hills que está sendo acusado de agressão por uma prostituta. Mick vê em Louis a oportunidade de ganhar muito dinheiro, mas no decorrer das investigações, percebe que Louis não é tão inocente como diz.
Não vou me aprofundar mais na sinopse inicial para não estragar as surpresas que O Poder e a Lei pode proporcionar. Um filme bem desenhado, que explora os clichês dos filmes de tribunais de maneira correta , além de ter Matthew McConaughey entregando a sua melhor atuação desde Tempo de Matar de 1996. O elenco coadjuvante também ajuda bastante, com destaque para William H. Macy como o investigador de Mick Haller. Quem mais destoa é Ryan Phillipe, que nas primeiras cenas já entrega as verdadeiras intenções do seu personagem. As cenas do julgamento são cheias de tensão, com bons duelos entre Mick e o promotor (Josh Lucas).
O Poder e a Lei é um filme que provavelmente alguns vão dizer que é repetitivo e previsível, mas na minha opinião segura bem o suspense, tem suas reviravoltas e apresenta subtramas que o diferencia de outros filmes do tipo; além de mostrar que McConaughey é um ator que pode ser aproveitado em obras mais sérias do que as costumeiras comédias que anda fazendo. Nota 07.
Marni (Kristen Bell) é uma bela e bem sucedida relações públicas de Nova York, mas nem sempre foi assim. No colegial da sua cidade natal, ela era considerada geek, sofria com as provocações e brincadeiras dos colegas, principalmente da líder de torcida Joanna (Odette Annable).
Após receber uma promoção no emprego, Marni volta para sua cidade natal para participar do casamento de seu irmão. Ao chegar em casa, conhece sua futura cunhada. Nada mais, nada menos que Joanna, sua maior algoz nos tempos de colégio e que aparentemente se tornou uma boa pessoa, além de ser amada por toda a família. Para piorar as coisas, a tia rica (Sigourney Weaver) de Joanna aparece para o casório e se revela como uma antiga desafeto de sua mãe (Jamie Lee Curtis). Então, Marni tem 48 horas para tentar impedir o casamento.
Você de Novo se mostra como uma comédia bem fraquinha, recheada de clichês do genêro e moldada para as moças. A protagonista Kristen Bell comprova que é uma atriz bem limitada, que não consegue segurar um filme. Algumas cenas apelam bastante, remetendo a outros filmes parecidos. O principal atrativo é a presença das veteranas Jamie Lee Curtis e Sigourney Weaver como rivais, que até se esforçam para dar alguma qualidade a obra. Para ver e esquecer. Nota 03.
Grupo de amigos se reune em casa de praia para celebrar o casamento de Lila (Anna Paquin) e Tom (Josh Duhamel). Porém, Laura (Katie Holmes), uma das madrinhas e melhor amiga de Lila, é ex - namorada de longa data de Tom e por quem ainda nutre sentimentos e aparentemente Tom por ela também. Durante a noite antes da celebração, muitas situações vão acontecer, trazendo a tona antigos sentimentos e revelações para todos os amigos.
O Casamento do meu Ex (péssimo título nacional) poderia ter sido um grande filme romântico, se estivesse nas mãos de um diretor mais experiente e um elenco masculino mais talentoso. O protagonista Josh Duhamel é de uma apatia grande, de estranhar ter sido escalado para um filme desse. A trama também demora a engrenar e é pouco explorado o motivo pelo qual Tom e Laura se separaram ou porque não podem ficar juntos, já que se amam. No final, os motivos ficam parecendo meio bobos e sem sentido. Se fosse uma comédia romântica talvez se justificasse, mas o filme aposta em uma história mais séria, até certo ponto melancólica e o que ficou parecendo foi um episódio de Dawson´s Creek para adultos, até pela presença de Katie Holmes , revivendo seu papel de moçinha incompreendida.
As melhores cenas do filme são protagonizadas pelos coadjuvantes, que formam dois casais e em certo momento eles trocam de par, criando alguns bons momentos, com destaque para a cena entre Adam Brody e Malin Akerman, mostrando a intimidade entre ex - amantes, já que aparentemente todos do grupo de amigos já se relacionaram. Aliás, talvez o diretor tenha percebido que o melhor do filme eram essas sequências e acabou investindo nelas, o que tirou um pouco o foco do triângulo amoroso principal. Um filme que merecia melhor acabamento. Nota 05.
Mitchel (Colin Farrel) é um criminoso que acaba de sair da prisão. Na sua festa de retorno, recebe a proposta para ser guarda costas de Charlotte (Keira Knightley), uma excêntrica atriz que vive enclausurada. Mitchel vive o dilema de voltar ao crime ou seguir uma vida mais digna. Enquanto não se decide, ele acompanha Billy (Ben Chaplin), seu amigo e cobrador da máfia, e é pressionado pelo gangster Gant (Ray Winstone), que quer a todo custo que Mitchel trabalhe para ele.
London Boulevard, até agora, tem sido uma das gratas surpresas dos filmes inéditos assistidos nesse ano. Um filmaço, dirigido e roteirizado por William Monahan, que também roteirizou o oscarizado Os Infiltrados de Martin Scorcese.
Monahan cria um obra que consegue transitar bem por gêneros tão distintos como ação, romance e até comédia. O resultado final é um explosivo filme que envolve diversas situações, além de alfinetar a vida das celebridades. Engraçado, visto agora, como Mitchel e Charlotte sofrem perseguições. Ele por mafiosos, ela por paparazzis. De uma maneira ou de outra, a violência e a intolerância está presente na vida dos dois, mas com desfechos diferentes, devido a personalidade de cada um.
London Boulevard também é um filme de grandes atuações. Com destaque para a trinca Collin Farrell, Ben Chaplin e Ray Winstone. Winstone, então, está primoroso como o gangster impiedoso, é dele as melhores falas. O diretor também acerta em não fazer concessões para os seus personagens, criando uma atmosfera de exageros, que funciona muito bem na trama. Para finalizar, London Boulevard é um filme de primeira, com elenco afinado e que merece ser descoberto. Nota 09.
Jack (Robert Downey Jr.) é um jovem professor que usa a lábia e o seu carisma para conquistar mulheres na rua. Tudo muda quando conhece e se apaixona por Randy (Molly Ringwald), uma moça diferente dos padrões. Inicialmente eles tem um breve caso, mas depois Randy passa a tratá - lo de maneira indiferente. Randy cuida do pai (Dennis Hopper), um jogador compulsivo e beberrão, que ainda deve um grana para um agiota (Harvey Keitel). O tal agiota pressiona Randy para que passe a noite com um figurão amigo seu, quitando a dívida do pai. É quando Jack entra na jogada para tentar salvar a pele da moça e conquista - lá definitivamente.
O Rei da Paquera é mais um clássico oitentista protagonizado por Molly Ringwald, mas possui um diferencial. O filme tem uma abordagem mais adulta, fugindo das tramas estudantis. Até porque, como já estava perto do final da década de 80, Molly já não dava mais para disfarçar que era uma menininha. O filme tem seus bons momentos, quase todos protagonizados pela dupla principal. Um dos que mais gosto, é quando Jack canta a música blue suede shoes para um eminente assaltante. Aliás, boa parte do filme se segura na atuação de Robert Downey Jr., as cenas do começo, dele chegando nas mulheres com aquelas cantadas furadas são ótimas. Outro destaque é para a trilha sonora com alguns clássicos dos Beastie Boys.
Um ponto negativo dessa obra, é a atuação de Dennis Hopper, totalmente fora de sintonia, de dar pena. O cara que criou Easy Riders deveria estar duro na época, é a única desculpa plausível para a sua presença nesse tipo de filme.
O Rei da Paquera, com certeza, não é o melhor dos anos 80, mas diverte. Nota 06.
Museu de Cera é um dos primeiros filmes a ter usado o recurso do 3D, nessa versão de 1953, o diretor André de Toth usa a história do professor Henry Jarrod (Vincent Price) e seu museu de cera, com recriações de cenas violentas da história mundial, para apresentar a até então nova tecnologia.
O filme teve bastante sucesso e até criou uma onda de filmes usando o 3D, mas sinceramente... esperava mais, não que seja ruim. Talvez os comentários que li e escutei sobre a obra tenham elevado a minha expectativa, mas achei Museu de Cera um tanto insosso, apesar das surpresas, comparado a outras realizações de terror da mesma epóca e de epócas um pouco anteriores.
Os pontos positivos são a atuação de Vincet Price, o seu professor Jarrod vai da educação e polidez extrema a psicopatia e obssessão insana, e a direção de arte, que também capricha nos cenários e na criação do segundo museu.
Museu de Cera é um filme que falha na construção de um clima de suspense, mas que compensa pela caracterização e atuação do seu protagonista, além de ter inovado, obrigando o expectador a usar aqueles óculos coloridos. Nota 06.
Nicolas Cage aparece mais uma vez se divertindo ao extremo encarnando John Milton, um sujeito que consegue fugir do inferno e inicia uma perseguição atrás de Jonah King (Billy Burke), um adorador do diabo que pretende usar a neta de Milton em um ritual satânico, que lhe dará a imortalidade. Pelo caminho, Milton conhece Piper (Amber Heard), uma jovem que está em fuga também e possui um veloz Dodge Charger. Enquanto isso, o Contador do inferno (William Fitchner) inicia outra perseguição, só que atrás de Milton.
Fúria sobre Rodas é um filme que realiza com alguma competência o que se propõe: ação desenfreada, perseguições mirabolantes, com pitadas de sobrenatural e efeitos especiais com destaque para o 3D catalisador de público.
A trama até que é tranquila de acompanhar, sem muitas reviravoltas, explorando a violência, até certo ponto explícita, mas que apresenta personagens carismáticos, como a bela Amber Heard, que faz uma moça sem medo de brigar com marmanjos. William Fitchner também faz do seu Contador um personagem bem legal, dando um certo tom quadrinesco a história. No mais, um filme que dá para ser assistido sem sofrimento. Nota 06.
Durante uma perseguicão aérea na Antártida a um cão, um cientista norueguês faz de tudo para matá - lo, mas acaba caindo com seu helicóptero em um campo de estudos dos EUA e devido a sua insanidade, consequentemente é morto por um dos americanos, mas o cão não, que logo é adotado por eles. Na verdade, o cão é uma forma de vida alienígena que consegue copiar qualquer ser vivo terrestre. Logo, os cientistas e empregados da base tem que enfrentar a criatura.
Há muito tempo queria assistir essa obra cultuada do diretor John Carpenter e Enigma de Outro Mundo é exatamente o que esperava: um terror de ficção claustrofóbico, que investe na dúvida e na paisagem inóspita para criar uma obra que influenciou tantas outras. O filme, que conta com uma trilha sonora contida do mestre Ennio Morricone, também investe nos efeitos especiais, ótimos para época e que funcionam muito bem, as transformações são bem legais e caprichadas na gosma.
Enigma de Outro Mundo ainda apresenta Kurt Russel fazendo um anti - herói e tentando despontar como astro, mas todos os atores são peças chave na história, cada um com seu perfil, o que acaba engrandecendo o filme. Apesar da qualidade da obra, não deixa de ser gore, com jeitão de filme B e diverte consideravelmente. Nota 07.
Greg Pinto (Ben Stiller) dessa vez tem que superar de novo as expectativas do seu sogro e ex - espião da CIA, Jack Byrnes (Robert de Niro). Nesse, Byrnes, achando que vai morrer, nomeia Greg como novo tutor da família e se instala na casa dele para poder monitorá - lo.
Nossa, o que o dinheiro não faz, juntar um elenco desse, com um diretor de pelo menos uma obra boa (Um Grande Garoto), para fazer uma porcaria daquelas. Se o primeiro Entrando num Fria era razoável, o segundo ruim, esse terceiro é desprezível. Um mero caça niquel que não vale nem uma resenha.
Piadas de mau gosto, requentadas e expremidas até a última gota, nem a presença de Jessica Alba salva o filme, só quando ela aparece de lingerie. Candidato a um dos piores do ano. Nota 01.
Neds é um filme que conta o dia a dia do jovem John McGills (Connor McCarron) na Escócia dos anos 70. Filho de pais proletários, John é uma criança inteligente e determinada, mas na adolescência, entendendo como a sua sociedade funciona, acaba se juntando a uma gangue de rua, que tem como intuito arrumar brigas com outras gangues, roubar e usar drogas.
O tema dessa obra me agrada, apesar de uma tanto batido, mas como tinha a direção e roteiro do britânico Peter Mulan, que atuou em obras que gosto como Trainspotting e Coração Valente e dirigiu também o excelente Em Nome de Deus de 2002, o filme acabou me interessando e não me arrependi. Mullan cria uma obra bastante violenta, consideravelmente inspirado em Laranja Mecânica, em que os jovens são mero reflexo da sociedade que os criou.
O protagonista age de uma maneira tão insana que o sentimento que podemos ter para com ele é de pena, mesmo desferindo tantas selvagerias, afinal ele é a vítima, não o algoz. Mulan acerta ao colocar um elenco totalmente desconhecido, um ator conhecido como protagonista talvez fizesse com que se criasse uma simpatia por ele e não é o que o diretor quer. A violência é retratada de maneira bem crua, com intenção de chocar ou alertar.
Não acho que Neds vai se tornar um objeto de estudo, mas com certeza é um registro de como as coisas podem desandar quando não se dá a atenção e educação devida as crianças e jovens. Um filme que merece ser visto e que recebeu diversas premiações mundo afora. Nota 07.
Alejándro González Iñárritu definitivamente é um diretor que sabe extrair beleza da tristeza, está atestado com essa sua nova obra, Biutiful, um belíssimo filme, como o próprio título já diz. O diretor não tem pressa em moldar a história de Uxbal (Javier Bardem), um pai, com questionáveis dons espirituais, que vive e alimenta a ilegalidade no seu país, de certa forma explorando e até ajudando imigrantes.
Uxbal têm dois filhos que dependem totalmente dele, uma ex - mulher alcoólatra, um irmão muito do filho da puta, a polícia e uma máfia de chineses nas suas costas e uma imigrante ilegal senegalesa morando na sua casa. Parece que não dá para ficar pior, mas fica. Porque Uxbal descobre que têm câncer de próstata em estágio terminal, quer dizer, tem mais uns poucos meses de vida. Inicialmente, ele nega sua doença para ele mesmo, mas depois cai na real e percebe que precisa acertar as coisas antes que parta.
Iñárritu nos brinda com uma obra que prova que mesmo sem Guillermo Arriaga, seu parceiro e roteirista dos primeiros filmes, é um realizador acima do padrão, fugindo dos maneirismo das boas obras anteriores e acertando ao dar a trama uma narrativa mais tradicional. Ele vai talhando a história de uma forma em que o expectador vai se apegando ao personagem de Bardem de um jeito tão forte, que torce para que não morra, talvez a intenção fosse essa mesmo e ele consegue.
Biutiful também tem cenas bem emocionantes e marcantes, de fazer chorar, mas o diretor não apela em nenhuma delas, a emoção vai fluindo naturalmente. Uma das cenas mais triste e bonitas é quando Uxbal e o irmão exumam o corpo embalsamado do falecido avô, que morreu jovem. Como o corpo está em bom estado, devido ao formol do embalsamento, Uxbal resolve reconhecê - lo e naquele momento percebe como a vida é importante, a vida que está lhe fugindo e ele tenta agarrar de qualquer maneira. A cena não tem uma fala, Bardem interpreta só com o olhar e com a mão, acariciando o rosto jovem do falecido avô. Já que comecei a escrever sobre Bardem, será que alguém, por favor, pode entregar a ele o troféu de melhor ator do mundo? O cara é foda! Acho difícil ter outro ator no paréo atualmente, o sujeito emenda uma atuação brilhante atrás da outra, seja drama, comédia ou qualquer outro genêro.
Biutiful é um filme que alguns podem dizer que têm suas falhas, de repente até tem, mas passam despercebidas perante ao contexto total da obra. Um dos melhores do ano até aqui, para ser visto e revisto. Nota 10.
Kelly Canter (Gwyneth Paltrow) é uma estrela da música country problemática, que vive as voltas com bebedeiras, justificadas pela perda do filho que esperava, em um acidente durante uma apresentação. James Canter (Tim McGraw) é seu marido/empresário e arruma uma turné, na esperança de recolocar a carreira da esposa nos trilhos. Beau Hutton (Garret Hedlund) e Chiles Stanton (Leighton Meester) são dois aspirantes a estrelas que são contratados para abrir os shows de Kelly. A partir daí, uma ciranda amorosa se inicia.
Onde o Amor Está até tenta carregar a trama com drama, mas na verdade o filme não passa de um veículo para Gwyneth Paltrow exercer mais uma vez o seu lado cantora, vide Duets. A moça canta bem, porém não é o suficiente para fazer um filme ser bom.
A diretora Shana Feste constroi uma obra em que consegue prender a atenção do espectador, emendando bem as situações amorosas e dando total atenção aos números musicais, mas fica por aí. As tentativas de emocionar falham, com exceção para uma pequena cena em que Kelly visita um garoto doente em uma escola.
Como o público americano é super fã de música country, Aonde o Amor Está teve seu relativo sucesso por lá e até foi indicado ao Oscar de melhor Canção Original, mas é o típico filme para americano ver. Nota 05.
Frank Tupelo (Johnny Depp) é um turista americano em viagem a Veneza. Após conhecer Elise Ward (Angelina Jolie), uma misteriosa e bela mulher, dentro de um trem, se vê envolvido em uma conspiração em que é confundido com Alexander Pearce, um criminoso famoso.
Essa obra só vale pelas belas imagens da cidade de Veneza e pela atuação do veterano ator Steven Berkoff, que faz o mafioso Reginald Shaw. Angelina Jolie, apesar de estar belissima com figurinos dignos de Audrey Hepburn, e Johnny Depp apresentam atuações caricatas, provavelmente motivadas a toque de caixa. O diretor alemão Florian Henckel, do ótimo A Vida dos Outros, decepciona na sua estréia americana e cria um filme morno, em que até tenta enganar o expectador, mas que privilegia as cenas de ação e não as atuações. Os momentos do casal são tão fakes, que não dá para acreditar naquela encenação toda e em alguns momentos fiquei torcendo para que o mafioso acabasse com os dois.
O Turista, um filme fraquinho, para ser esquecido. E pensar que os filmes de Depp eram sempre super aguardados, agora vem mais um Piratas do Caribe, haja paciência. Nota 04.
O diretor Wes Craven investe mais uma vez no filão do filme de terror com adolescentes. Nesse A Sétima Alma ele apresenta uma obra muito parecida com a sua franquia Pânico: uma cidade interiorana, o assassino mascarado misterioso, adolescentes imbecis e muito sangue.
O detalhe para diferenciar as duas histórias é que nesse, Wes Craven cria um assassino estripador que some perto de um lago, nesse mesmo dia do suposto sumiço, sete crianças nascem, sendo uma delas filho do próprio estripador. Todos os anos, os jovens da cidade comemoram o dia do estripador junto com seus aniversários e na décima sexta comemoração o assassino volta a atacar e desconfianças recaem sobre todos da cidade.
O principal personagem é Bug (Max Thieriot), um rapaz problemático e que carrega um segredo. Todas as atuações são bem estereotipadas, mas não teria como ser diferente pela proposta do filme. Wes Craven não inova, mas consegue segurar bem o suspense e o filme diverte, mas sem grandes sustos. Nota 06.
Nove aliens do Planeta Lorien são enviados a Terra para serem salvos dos seus inimigos, os Mogadorianos, conquistadores por natureza e que acabam por devastar Lorien. Sabendo que sobreviventes foram enviados para a Terra, eles iniciam uma caçada em solo terrestre. John (Alex Pettyfer) é um dos sobreviventes, o número 4 e próximo da lista de execuções dos Mogadorianos. John e Henry (Timothy Olyphant), seu protetor, refugiam - se em uma cidade pequena chamada Paradise, aonde John começa a desenvolver seus poderes. Logo conhece Sarah (Dianna Agron), uma fotógrafa por quem se apaixona e Sam (Callan McAuliffe), um jovem que acredita que seu pai foi sequestrado por aliens. Enquanto isso, os Mogadorianos preparam a investida final contra John.
Eu sou o Número Quatro não é um filme ruim, mas também não é bom. Na verdade, uma diversão/produto na medida para o público jovem que lota cinemas para assistirem filmes com super - heróis e efeitos especiais. O diferencial nesse, talvez seja a direção de D. J. Caruso, que já mostrou habilidade para criar tensão e suspense, e ainda lidar com temas jovens, vide as suas obras anteriores, Paranóia e Controle Absoluto. Outro ponto que talvez aproxime a história do público, é a semelhança com Super - Homem, que também é um alien e foi enviado a Terra para que sobrevivesse. Algumas cenas e a trilha sonora lembram bastante Smallville.
No mais, Eu sou o Número Quatro é um filme que pode ser esquecido rapidamente, porém, do jeito que o mercado anda, talvez vire franquia, mas sem nenhuma necessidade. Nota 05.
Betty Anne Waters (Hilary Swank) e Kenny Waters (Sam Rockwell) são irmãos muito apegados. Ela é doce e gentil, enquanto ele flerta entre a deliquência e a camaradagem. Quando ele é acusado e condenando sem muitas provas por um assasssinato, Betty Anne resolve fazer direito e virar advogada para poder tirar o irmão da cadeia.
Uma Vida pela Liberdade é um filme interessante, baseado em uma história real. Apesar de ser uma obra com ênfase em caso jurídico, ela foge das tradicionais cenas de julgamento e se foca na investigação de Betty Anne, com intuito de juntar dados que provem a inocêcia do irmão. O destaque mesmo, é para a atuação de Sam Rockwell, se firmando cada vez mais como grande ator. O filme também tem uma Juliette Lewis acabada e detonada pela maquiagem, impressionante, e Minie Driver, que continua bela, apesar da idade começar a se mostrar.
A realização do diretor Tony Goldwin mostra - se apenas correta, sem inventar muito e funciona também como registro de como a lei pode ser manipulada e ser orgulhosa. Nota 06.
Matuschek´s é uma loja de departamentos tradicional. Alfred Kalik (James Stewart) é o funcionário mais antigo do estabelecimento e tratado como um filho por Hugo Matuschek (Frank Morgan), o proprietário do local. Alfred mantém um relacionamento com uma moça através de cartas, não a conhece pessoalmente. Um dia, Klara Novak (Margaret Sullavan) entra na loja pedindo emprego, inicialmente ela é descartada, mas depois consegue convecer Hugo Matuschek a contratá - la, o que acaba mudando a rotina da loja e a de Alfred Kalik, que entra numa aparente rota de colisão com a moça, que também mantém um romance secreto. Enquanto isso, Hugo desconfia que sua esposa está lhe traindo com um dos funcionários.
A Loja da Esquina é um filme delicioso de ser assistido, com atuações suaves e carismáticas, principalmente de um jovem James Stewart, que faz um verdadeiro gentleman. O filme passa uma ingenuidade perdida, apesar de explorar temas como o adultério. Os personagens são todos extremamente educados, até quando discutem são educados. Margaret Sullavan, apesar de não ser tão bonita quanto outras atrizes de sua epóca, consegue encarnar bem a mocinha apaixonada e cheia de sonhos; aliás, todo o elenco coadjuvante que fazem os outros funcionários da loja passam muito bem, compondo bem as cenas com os protagonistas, principalmente William Tracy, que faz o mensageiro Pepi Katona, que chega a roubar algumas cenas.
Uma das curiosidades dessa obra é ter sido ambientada na Bulgaria, o mesmo local do livro de Miklós Lázló, o que destoa um pouco, já que o filme é falado em inglês e a maioria das inscrições que aparecem também são, talvez devesse ter sido adaptado para Nova York, mas parece que hollywood não se preocupava com isso naquele tempo e também esse detalhe afeta pouco a obra do diretor alemão Ernst Lubitsch, que dirigiu diversos filmes mudos e depois migrou para os EUA e realizou outros clássicos como Ladrão de Alcova e Ninotchka com a lendária atriz Greta Garbo. Nota 08.
Ponyboy (C. Thomas Howell) e Johnny (Ralph Macchio) são deliquentes integrantes de uma gangue chamada Greasers. Quando se envolvem em um briga com os Socs, gangue rival composta por adolescentes de classe média alta, Johnny acaba matando um deles. Então ajudados por Dallas Winston (Matt Dillon), outro Greaser, Ponyboy e Johnny se escondem em uma Igreja abandonada, mas um incêndio no local atinge um dos rapazes que tenta salvar umas crianças que ficaram presas dentro da Igreja. Enquanto isso, membros das duas gangues marcam um embate para medir as forças.
Vidas sem Rumo é muito mais que um filme sobre gangues e violência. A pequena obra - prima do diretor Francis Ford Coppola explora as nuances da juventude e como as condições sociais, ausência ou omissão paternas podem influenciar vidas inteira, no caso do filme, deixar os jovens, sejam eles pobres ou ricos, literalmente sem rumo, desajustados, a mercê deles mesmo.
A obra é repleta de cenas marcantes e atuações inesquecíveis, como a de C. Thomas Howell, a cena em que recita um poema, em meio ao amanhecer, ao lado do amigo, os dois isolados pela violência cometida é uma das bonitas que vi no cinema, realmente emocionante e tocante. Há outros momentos tristes e belos, como as cenas protagonizadas porRalph Macchio quando está no hospital todo queimado, após ter salvo as crianças do incêndio, em que diz que valeu muito a pena ter salvo aquelas crianças, mesmo podendo perder a vida, que a vida delas é muito mais importante que a dele... tem que se conter para não chorar.
Vidas sem Rumo também pode ser considerado um filme tecnicamente perfeito, com fotografia impecável, (que crepúsculos são aqueles?), trilha sonora que potencializa a sensibilidade nas cenas e edição lenta que privilegia os cenários, destacando a natureza quando eles estão na Igreja. Além de ter lançado uma penca de atores como Patrick Swayze, Rob Lowe, Tom Cruise, Emilio Estevez, Diane Lane e os já citados acima. Um Coppolão da melhor qualidade, no auge da sua forma. Obrigatório. Nota 10.
Josh e Renai Lambert (Patrick Wilson e Rose Byrne) são um casal com 3 filhos que se mudam para uma nova casa. Um dia explorando a casa, Dalton (Ty Simpkins), o filho mais velho do casal, cai de uma escada, no dia seguinte a criança parece não acordar. Os médicos dizem que Dalton está em estado de coma, mesmo sem nenhum motivo aparente. Passado 3 meses do acontecimento, Dalton continua em coma, mas agora Renai começa a ter visões e acha que a casa é mal assombrada....
Bom, parei a sinopse inicial por aqui para não estragar o prazer de quem não assistiu o filme. E quem não viu e gosta de filmes de suspense e terror vai logo ver, porque Sobrenatural é um filme do caralho! Acho que a um bom tempo não me assustava com um filme como me assustei com esse. O diretor James Wan, do primeiro Jogos Mortais, constroi um suspense emocional em que as cenas em que não se vê nada, passadas na escuridão são o grande atrativo. A sugestão impera e quando o que tem que aparecer entra em cena, assusta, principalmente com a solução dada para as situações. Já escutei muita gente falando que vivenciou alguma experiência parecida, mas acho que provavelmete o roteirista e o diretor também, o que torna a obra mais interessante. A presença de bons atores como Barbara Hershey e Lin Shaye, que faz a médium que ajuda o casal, engradecem o filme e Rose Byrne consegue dar a veracidade necessária a dona de casa pertubada. Patrick Wilson aparece bem canastra, mas não chega a comprometer.
Sobrenatural até agora foi o melhor filme de suspense/terror assistido por mim durante esse ano de 2011. Indico, mas não me culpem por pesadelos depois da sessão. Nota 09.
Thor (Chris Hemsworth), meio que manipulado por seu meio - irmão Loki (Tom Hiddleston), resolve invadir a terra dos Gigantes de Gelo sem autorização do Pai de Todos Odin (Anthony Hopkins). Irado pela desobediência do futuro Rei de Asgard, Odin bane Thor e o martelo Mjolnir para a Terra, aonde o Deus do Trovão deve aprender sobre humildade. Em solo terrestre, Thor se encanta pela mortal Jane Foster (Natalie Portman), uma cientista que o ajuda a recuperar o martelo, além de ter que enfrentar as investidas e as trapaças de Loki que fomenta uma guerra com os Gigantes de Gelo, com o intuito de deixar Thor longe do trono de Asgard e assim convecer a Odin que deve assumir como Rei.
Achei Thor um filme bem quadrinesco, reverenciando o universo que Jack Kirby e Stan Lee criaram para os Deuses Nórdicos e aproveitando tudo de melhor que as histórias do Deus do Trovão tem. Asgard está imponente com Heimdall tomando conta da bifrost, a ponte do arco - iris que liga a cidade aos outros mundos. Chris Hemsworth encarna Thor perfeitamente, concordo com outros que dizem que desde o Super Homem de Christopher Reeve não se via um ator tão perfeito como um super - heroi. Anthoy Hopkins também ficou o Odin cuspido e escarrado, mesmo trabalhando no automático. Natalie Portman aparece bem contida, talvez pelo cansaço das filmagens do Cisne Negro , como ela própria disse e Tom Hiddleston que intepreta Loki, achei bem fraquinho, o Deus da Trapaça merecia mais.
O diretor Kenneth Branagah conduz bem a história, sem muitas invenções, o que foi um decepção para mim, esperava algo mais contudente, mas não é sempre que se pode assistir a um novo Cavaleiro das Trevas. Como ficou, Thor é um bom filme pipoca que diverte, preparando o terreno para Os Vingadores, ambicioso projeto da Marvel previsto para 2012. Nota 07.
Samuel Spade (Humprey Bogart) é um detetive particular que é contratado por Brigid O`Shaughnessy (Mary Astor) para recuperar uma relíquia conhecida como O Falcão Maltês, mas logo no começo da investigação seu sócio é assassinado. Logo, Spade se vê envolvido numa teia de mistérios em torno de assassinatos e da estátua do Falcão, que envolvem a participação de Brigid, um mafioso e seu capanga.
Há muito tempo queria assitir essa obra do lendário Diretor John Huston, de Tesouro de Sierra Madre e Uma Aventura na África. Achei o filme bom, mas não atingiu a minhas expectativas. Achei as soluções muito fáceis e os tradicionais emaranhados de situações dos filmes noir pouco explorados, não sei se talvez por o filme ser um tanto teatral, com pouquissimas cenas externas, a maioria no escritório de Spade ou em um apartamento, e quando o mcguffin que é a razão do filme aparece, o brilho dele se desfaz rápido.
Relíquia Macabra provavelmente ficou marcado pela brilhante atuação de Humprey Bogart, um monstro, o sujeito engole todos os atores em cena. Acho que nunca vi algum ator pronuciar frases como se fosse uma metralhadora, parece nem respirar e que presença! O filme cresce muito com a sua atuação, mas no quesito filme noir, ainda acho Pacto de Sangue de Billy Wilder e A Morte num Beijo de Robert Aldrich superiores. Nota 07.
Toni (Lori Loughlin) escreve uma carta de amor para Michael (C. Thomas Howell), seu melhor amigo, que inicialmente não é lida, mas depois é descoberta por ele e seus amigos que especulam sobre a autora e acabam chegando a conclusão que deve ter sido escrita por Deborah Anne Fimple (Kelly Preston), a mais gata da escola e por quem Michael é apaixonado. Como Toni e Deborah são amigas, Michael pede para que Toni entregue a Deborah uma carta escrita por ele. Indignada com a situação, pois é apaixonada pelo amigo e morta de curiosidade, Toni abre o envelope e lê a carta escrita por Michael. Desapontada com as poesias do amigo, Toni reescreve a carta e entrega a Deborah, que se apaixona imediatamente pelo suposto autor das cartas. Enquanto isso, a primeira carta é extraviada acidentalmente, criando uma grande confusão e desconfianças de adultério entre os pais de Michael e Deborah.
Admiradora Secreta talvez seja o filme mais representativo do cinema juvenil dos anos 80, carregado com tudo o que tinha direito essas obras: romances improváveis, personagens carismáticos e exagerados, muita confusão e cenas sexys. Lembro que assisti esse filme inúmeras vezes, mais para ver Kelly Preston (atual senhora John Travolta) tirando a blusa e amostrando seus belos seios na epóca. Um dos pontos interessantes e poder ver como os adolescentes se viravam naquele tempo sem internet, epóca dura... hehehe. Outro dado relevante é a presença de um Corey Haim criançinha, como irmão de C. Thomas Howell, um dos atores ícones dos anos 80 e que morreu em 2010 aos 38 anos vitima de overdose de drogas pesadas.
O filme também tem seus bons momentos cômicos, principalmente com as situações criadas nas famílias com o extraviamento das cartas e a atuação de Fred Ward, o eterno Remo - Desarmado e Perigoso, também já valeria a revisão. Nota 07.
Corey Webster (Josh Brolin) é um jovem e talentoso skatista que vai para Los Angeles disputar uma perigosa corrida downhill, que consiste em descer uma montanha em alta velocidade. Nesse meio tempo se apaixona por Chrissy (Pamela Gidley), irmã de Tommy Hook (Robert Husler), um skatista bad boy, lider de uma gangue local e tem que se entender com ele.
Apesar de Trashin´ ser uma alegoria dos anos 80 com a intenção de promover o skate como esporte, tem seus atrativos, principalmente para mim que sou fã. A trama é fraquinha e as atuações caricatas. Até o jovem e então galã Josh Brolin está bem ruinzinho, demostrando que tinha muito o que evoluir. De legal, tem uma apresentação do Red Hot Chilli Peppers em uma das festas, a participação de vários skatistas da lendária equipe Dog Town and Z Boys como Tony Alva e Tony Hawk, a bela Pamela Gidley, que também participou de Twin Peaks e as cenas radicais da descida na corrida, protagonizadas por skatistas dublês, incríveis e sem CG. Nota 05.
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