Frigga (Christina Lindberg) é uma jovem muda, situação decorrente do trauma que sofreu na infância, ao ser abusada sexualmente por um vizinho. Em um dia de folga no trabalho, resolve visitar a cidade. Andando pela estrada, conhece Tony (Heinz Hopf), um rapaz bonito que lhe oferece carona, lhe trata com educação e leva para jantar. Interessada por Tony, Frigga aceita seu convite para conhecer sua casa, mas chegando lá, Tony não é o príncipe encantado que parece ser. Ele a droga, a vicia em heroína, obriga a se prostituir para lucrar em cima disso e ainda lhe arranca o olho.
Viciada e dependente da droga fornecida por Tony, Frigga vira Madeleine, um prostituta cheia de rancor, frequentada por um fetichista que gosta de fotografa - la, uma lésbica violenta e um ninfomaníaco, que faz sexo com ela de todas as maneiras. No limite e motivada pela morte de uma outra prostituta, Madeleine elabora um plano de vingança contra seus algozes, que passa por treinamento em artes marciais, uso de armas de fogo e direção de carros. Nesse momento, ela personifica sua vendeta em outra face, a assassina One Eye.
Assistir Thriller, é entender um pouco da filmografia do cineasta Quentim Tarantino, um dos filmes em que se inspirou para criar Kill Bill.Com certeza, ele tirou a Elle Driver e o instinto de vingança de Beatrix Kiddo dessa obra. Obra essa, que prima pela violência e sexo explícito, explícito mesmo, como nos filmes pornos. O diretor e roteirista sueco Bo Arne Vibenius conduz um filme que não tem o menor pudor em ser extremo. Algumas cenas, principalmente as do começo, são bem duras, como a que Tony arranca o olho de Madeleine. As cenas de sexo (soube que não foram protagonizadas por Christina Lindberg, mas por atrizes pornos) são bem fortes, com o sofrimento estampado na cara da atriz, outra influência para Beatrix Kiddo, a jornada de sofrimento. É notável, como Christina Lindberg consegue uma atuação icônica, sem emitir um som, uma fala sequer.
O treinamento de One Eye é até meio tosco, mas passa bem, até porque o que importa é o epílogo de mortes e perseguições. Os momentos finais ganham ares de faroeste, com a trilha sonora caracterizando bem isso e One Eye, ainda desafia Tony para um duelo, com um desfecho digno de um Sergio Leone. Achei interessante as sequências de ação serem filmadas em camêra lenta, meio que antecipando o hoje famoso "bullet time" originado em Matrix.
Thriller nunca foi lançado no Brasil, mas nada que um download não resolva nos dias de hoje. Obrigatório para quem quiser entender melhor o cinema do diretor, roteirista e cinéfilo Quentim Tarantino, mas também pode agradar a quem quiser assistir uma obra que aposta em ousadia, artigo em falta no cinema de hoje. Nota 09.
P.S: Abaixo o poster original do filme.
2 comentários:
Realmente o download é a salvação da lavoura para nós cinéfilos. Já que muitos filmes não são (ou nunca serão como diz o capitão Nascimento)lançados por aqui.
Sempre tive vontade de ver principalmente pela referencia escrachada em Kill Bill. Não sabia que as cenas eram pornográficas.
Falando em kill Bill pelo visto tudo está caminhando para uma terceira parte hein...e parece que a personagem de darryl Hannah estará presente.
Cara, não vejo a hora de saborear um novo Tarantino, o cara deveria lançar um filme a cada 3 meses...hehehe...para suprir a nossa abstinencia
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