A primeira sensação ao terminar de assistir Não me Abandone Jamais é de raiva. Mesmo que sendo uma ficção, mas muito bem enquadrada no contexto Britânico, como um país/governo/sistema poderia lidar com pessoas da maneira que é retratada na obra do diretor Mark Romanek ?
No mundo de Não me Abandone Jamais, crianças que vivem em instituições são criadas, tratadas, educadas e manipuladas para que desde bem novinhas tenham a noção que serão meros objetos de reposição, quer dizer, quando atingirem a idade “ideal”, seus órgãos serão retirados para reporem os de outras pessoas mais abastadas e tudo isso inserido no sistema de saúde, tornando a realização mais crível e impactante.
Há um bom tempo não assistia um filme tão pessimista como esse, e olha que costumo assistir bastantes dramas e sempre procuro os mais lacrimosos, mas Não me Abandone Jamais é imbuído de nuances pertinentes e tão comuns ao próprio ser humano, como inveja e egoísmo. A trama é protagonizada por três amigos que vivem nesse sistema cruel, são eles: Kathy (Carey Mulligan), Tommy (Andrew Garfield) e Ruth (Keira Knightley), juntos eles formam uma família, mas como toda família eles vão brigar, descobrir o amor, sofrer (e muito), se separarem e se reconciliarem. A atuação da trinca é soberba e transforma a obra em um excelente filme, na minha opinião candidato a um dos melhores do ano.
A realização também tem momentos muito poéticos, lindos e melancólicos, uma das cenas mais bonitas e tristes é quando o trio se reencontra um tempo depois e Tommy e Ruth estão bem debilitados, pois já passaram por algumas intervenções cirúrgicas para retirarem seus órgãos, juntos eles conseguem um momento de “descanso” e passam uma tarde na praia, aonde tem um pequeno barco encalhado, e ali demonstram toda sua ingenuidade perante a um mundo tão cruel com eles, difícil não chorar, principalmente pela atuação simplista de Andrew Garfield, com tamanha felicidade do seu personagem em poder desfrutar daquele momento de felicidade com a sua família.
Não me Abandone Jamais é um filme para assistir e refletir. A maneira como o mundo e a vida são retratados na obra, apesar de fictícia, poderia muito bem ser real, além de explorar muito da natureza humana. Nota 10.
4 comentários:
Gostei. Sempre vale a pena ver a Carey Mulligan.
O Falcão Maltês
Obrigado Antonio, Carey está bem no filme mesmo.
Eu que estava com vontade de ver esse filme, após ler seu post meu desejo triplicou. O Andrew Garfield está muito bem em rede Social (assim como todo elenco) interpretando o personagem brasileiro. Grande abraço Marcelão.
Brunão, meu caro amigo, sua presença por aqui é sempre um prazer, não deixe de assistir esse filme, é muito bom mesmo! Abração.
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