Hanna (Saoirse Ronan) é uma adolescente que vive desde criança isolada com o pai (Eric Bana) em uma inóspita floresta. Erik, o pai, é um ex – agente da CIA que treinou Hanna desde sempre para ser uma infalível assassina. Quando Hanna resolve ver o mundo, ao qual é deixada a mercê pelo próprio pai que procura uma maneira de esconde – lá na multidão, ela tem que enfrentar Marissa (Cate Blanchett), uma outra agente que tem um antigo envolvimento com seu pai, e seus capangas em uma perseguição que começa no Marrocos e se estende até a Europa. Nesse meio tempo, Hanna convive com uma família itinerante, com quem aprende sobre humanidade, além de investigar sobre seu próprio passado e o mistério que motiva Marissa a persegui – lá impiedosamente.
Com certeza Hanna é um thriller de ação atípico, com aura toda investida em contos de fadas, além de apresentar uma improvável assassina ingênua. A obra do diretor Joe Wright, de épicos como Desejo e Reparação e Orgulho e Preconceito, bebe na fonte de filmes como Identidade Bourne e Oldboy, mas além da violência explicitada, ele consegue criar momentos bem íntimos, típicos de dramas, como as cenas protagonizadas por Hanna e a filha (Jéssica Barden) da família que a acolhe, dentro de uma barraca ou a seqüência realizada dentro de uma casa que remete ao imaginário dos Irmãos Grimm, com momentos mágicos e tocantes, aonde a personagem, apesar de assassina, consegue externar seu lado menina. Alías, essa cena na casa dos Irmãos Grimm, ressalta o tom de conto de fadas da historia, que caracteriza o personagem de Cate Blanchett como a bruxa – má que persegue a princesa ingênua, mas nem tão indefesa.
A realização também tem boas cenas de ação, que se utiliza da imponente trilha sonora eletrônica do Chemical Brothers para compor os tantos momentos de tensão. Uma das mais interessantes seqüências é a realizada no meio de containeres, em um porto, que remete a cena do corredor de Oldboy, super bem coreografada para um diretor acostumado a dramas, mas li que o coreógrafo das lutas é o mesmo da trilogia Bourne, bom, isso deve ter ajudado bastante também.
Outros bons momentos do filme são as cenas em que Hanna tem o primeiro contato com a civilização ou quando se envolve emocionalmente com um rapaz, mesmo que de uma maneira rápida e pouco tradicional. Também devo ressaltar o trabalho de Cate Blanchett, que dificilmente não entrega uma boa atuação e de Saoirse Ronan, que consegue passar o sentimento de estranheza necessário ao personagem para que o filme engrene, além da menina ter uma beleza angelical e impar que contrasta com a violência que Hanna acaba propagando mesmo sem querer.
Hanna é uma obra bem desenvolvida e que foge do lugar comum, que só não atinge a excelência porque apresenta alguns furos, principalmente no final, que fica parecendo que o diretor quis resolver rapidamente, não sei se também ouve cortes, que pelo epílogo até sugere. Uma outra ressalva foi achar que os personagens poderiam ser mais bem aprofundados, mas como a intenção era criar um conto de fadas moderno, e nos contos os personagens (mesmo os heróis) sempre são dotados de mistérios, como o filme ficou, pode – se dizer que foi bem satisfatório. Nota 08.
4 comentários:
Preciso dizer que fiquei mais animado em conferir após ler a tua crítica? Parece ser excelente :)
Alan, é um bom filme mesmo, vale uma conferida.
Quando assistí o trailer achei uma coisa bem louca (que eu amo tanto), mas tb achei que seria uma cópia de Kick-Ass (que é um filmaço)... N gostei muito do que ví no trailer. Sou bem exigente no quesito de originalidade... Mas quem sabe, né? Talvez eu goste... Verei logo.
Pudim, não tem nada haver com Kick Ass, Hanna é uma obra que apesar do tom fantasioso tenta se levar a serio.
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