Bob (Matt Dillon) é um jovem viciado em drogas na década de 70, usa todas, sejam elas pesadas ou mais leves. Na sua jornada de auto – destruição, ele leva sua namorada (Kelly Lynch) e dois amigos (James LeGros e Heather Graham), também comparsas de assaltos que fazem em farmácias e hospitais, aonde conseguem as drogas.
Bob tem duas regras básicas: nunca falar sobre cães e nunca deixar um chapéu encima da cama. A quebra dessas regras podem resultar em maldições, e boa parte do filme foca sobre essa paranóia do protagonista e de como ele faz para fugir delas.
A realização do diretor Gus Van Sant acompanha a epopéia de excessos e absurdos cometidos pelo grupo, mas com o diferencial de registrar os atos, sem se posicionar em nenhum momento. O filme tem um clima meio noir, com Bob narrando sua história de maneira trágica, a namorada fazendo o papel de mulher fatal e a trilha sonora ajuda a compor também esse cenário. Porém achei a ambientação deles se drogando e a caracterização dos personagens um tanto contida, não sei se a intenção era não chocar muito visualmente e deixar isso mais para a trama. Até porque Kelly Lynch aparece belíssima, sem em nenhum momento lembrar uma junker, mas como o filme foi realizado em 1989, alguns conceitos eram diferentes e ainda não existia Pulp Fiction, que remodelou os filmes sobre drogas e submundo. Um outro destaque é para William S. Burroughs, que faz um Padre viciado, ele aparece pouco, mas entrega uma atuação notável e digna de reconhecimento.
Drugstore Cowboy é um filme que pode ser considerado abaixo da média em comparação a outras obras que carregam o mesmo tema, como Réquiem para um Sonho e Trainspotting, mas se sobressai nas atuações e na maneira de registrar de Gus Van Sant, que aqui começa a desenvolver um estilo autoral, comprovado em outras obras como Garotos de Programa e Milk. Nota 07.
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