A intenção da produção espanhola Diário Proibido é trazer o retrato de uma pessoa que sofre patologicamente da compulsão por sexo, no caso a ninfomaníaca Valérie (Belén Fabra), uma mulher linda, independente e bem sucedida. Até ai tudo bem, porque uma doença pode aplacar uma pessoa de qualquer idade, classe social ou sexo, o que ainda poderia fazer dessa realização uma obra bem interessante, mas não é o caso da em questão. Diário Proibido como obra cinematográfica é péssimo, mas tem toda uma roupagem para enganar o expectador, seja com as inúmeras cenas de sexo ousadas para soarem artísticas ou sentimentais seja em tentar comover o expectador com o dramalhão de uma mulher que invés de tratar sua patologia, prefere se justificar como alguém indomável que prefere o sexo ao amor.
Bom, posso até parecer “quadrado”, mas sinceramente, da proposta de trazer um retrato de uma pessoa com esse tipo de distúrbio, Diário Proibido passa longe, porque não há um trato das situações como doença e fica parecendo que a personagem é apenas uma amante da luxúria, o que já foi mostrando de maneira muita mais divertida em diversas pornochanchadas nacionais. Diferente dos produtos nacionais, o diretor Christian Molina comete uma obra com um tom serio, mas que glamouriza da pior maneira possível a vida de Valerie, fazendo de transas casuais com estranhos na rua algo que possa ressoar como poético, quando na verdade ele deveria estar alertando sobre isso, mostrando todo o tom underground que uma pessoa pode ter por levar uma vida como essa. No filme tudo é muito bonitinho, asséptico demais, não há um resquício de sujeira nos atos da moça, a maioria dos homens com quem transa são lindos e amáveis, fazendo assim parecer como se instigasse a qualquer um que saia na rua fazendo sexo com o primeiro que apareça. As situações beiram tão o absurdo que em certo momento a mulher larga o marido rico e o trabalho oneroso para poder se lançar como prostituta e assim passar mais tempo transando ou quando a personagem justifica sua conduta dizendo que sempre usa camisinha.
Diário Proibido teve exibição no circuito em poucos cinemas no Brasil em 2009, lembro que na época li algumas criticas que elogiavam o filme e outras posteriores que revelavam que o diretor Marcus Baldini tinha tirado muito dele para o seu Bruna Surfistinha. Essa segunda afirmativa até procede, porque assim um como o outro parecem um tanto inverossímeis, exaltam modos de vida reprováveis ou tratáveis quando deveriam fazer um retrato mais justo e no final parece que tudo foi montado apenas para mostrar boas sacanagens com as atrizes e seus belos corpos, porque são filmes amplamente vazios e sem conteúdo.
9 comentários:
Seu texto me desanimou para o filme.
Corri da obra.
Parece "O Império dos Sentidos", outro filme pornô travestido de "cinema de arte". Se um diretor que fazer um filme pornô, que assuma isso e faça um filme pornô, mas sem querer dar uma de "cabeça" . É muita mediocridade.
A grande maioria das abordagens sobre sexo no cinema são apelativas, não entendo o porquê mas convencionou-se que os ditos filmes de arte devam ter cenas de transas explícitas, talvez seja um resquício dos já longínquos anos 60/70, décadas em que o tema era realmente contestador... Discordo do que o Fábio disse, apesar de não ser um grande fã, nem um habitual defensor de "Império dos Sentidos", tenho que reconhecer, que taxá-lo de "pornô" é ser reducionista, é desconsiderar todo um contexto que existe por trás da obra... No tocante ao gênero, acho que depende da forma com que cada um vê o digere o filme e não creio que seja dever do diretor apontar a qual gênero seu filme pertence, não se pede a um artista para explicar sua própria obra...
Nem sabia que o Alfred Molina tinha estreado como diretor. Esta obra parece ser interessante. Tentarei assistir.
Rapaz,
Parabéns pelo blog. Irei adiciona-lo no meu blogroll!
Sucesso!!!
Parece bem fraquinho, Celo.
O Falcão Maltês
Renato, não anima em nada mesmo;
Fabio, tb não sou fã de IMPERIO DOS SENTIDOS, mas nesse caso acho q consegue ser melhor q esse;
Bruno, tb concordo q IMPERIO DOS SENTIDOS não é porno, mas elucida essa discurssão, já vi ele na sessão erotica e muita locadora...hehhe
Kamila, interessante não diria, mas é pelo menos curiosa;
Adecio, agradeço!;
Antonio, fraquinho demais.
Cara, aquela imagem é pra deixar qualquer um babando... :-P-
HEHE
Postar um comentário