Uma das nuances mais prazerosas de se ter um Blog e escrever sobre algo que te faz feliz é poder apresentar os teus conhecimentos, apontamen...

296 - Quando os Sinos Dobram/Narciso Negro (Black Narcisuss/Michael Powell, Emeric Pressburger/1947)

Uma das nuances mais prazerosas de se ter um Blog e escrever sobre algo que te faz feliz é poder apresentar os teus conhecimentos, apontamentos e junto com isso conhecer pessoas que compartilham os mesmo sentimentos que você, nesse caso sobre cinema, e assim descobrir as preferências de cada um que freqüenta seu espaço e que você inevitavelmente acaba freqüentando os deles também, uma deliciosa rotina que acaba trazendo novos conhecimentos e amizades. Um dos blogs que costumo visitar com freqüência é O Falcão Maltês, que destila muito bem sobre cinema clássico e recentemente comemorou 1 ano de existência. O seu simpático administrador Antonio Nahud publicou uma lista com suas preferências afetivas em que apontava como o melhor drama em sua opinião Quando os Sinos Dobram, uma obra da qual não conhecia, até porque tenho certo distanciamento do cinema dos anos 40. Assisto muito anos 50, 60, 70 em diante, mas a década de quarenta e outras anteriores são pouco desbravadas por mim, mas sem nenhum motivo especial, talvez falta de referencias mesmo.

Uma copia em alta-definição dessa jóia veio muito bem a calhar para me mostrar o que estava perdendo, Quando os Sinos Dobram é uma maravilha, emocionante, um filme ate certo ponto exótico, mas carregado de poesia, sentimentos e de uma qualidade visual impressionante. Para um desinformado, nem dá para dizer que é uma realização com quase 70 anos, tamanho seu apuro, com uma fotografia impecável e uma trama que carrega certos contrapontos sensuais e um plano que envolve ousadia, mesmo contando a historia da Irmã Clodagh (Deborah Kerr impecável), uma jovem que decide ser freira depois de uma desilusão amorosa e como conseqüência é indicada para estabelecer um convento nas difíceis montanhas do Himalaia, do lado indiano e consequentemente dentro do território de um pomposo General. A dupla de diretores Michael Powell e Emeric Pressburger imbui a sua obra-prima de conflitos, ora entre as freiras e os nativos ora entre elas mesmos, que parecem sofrer psicologicamente pelo excessivo trabalho e ora entre a Irmã Clodagh e o representante do General, o Sr. Dean (David Farrar), um inglês que vive de maneira simples nas colinas e parece guardar tantas reminiscências quanto Clodagh. No embate entre homem rude e freira, é evidente que existe uma tensão atrativa entre os dois, o que acaba sendo um dos pontos altos do filme, mesmo não tendo um desfecho trivial que o expectador espere.

Quando os Sinos Dobram é uma obra de beleza impar (tanto que ganhou 2 Oscar pelo apreço artístico) em muitas cenas, como na seqüência em que vemos a jovem nativa Kanchi (a ainda novata Jean Simmons) paramentada como uma simples indiana, mas mesmo assim linda ao ponto de chamar a atenção do alienado jovem General (o lendário ator indiano conhecido como Sabu) em uma dança para lá de sensual ou os momentos que apresentam um homem santo que passa todo seu tempo meditando nas montanhas ou ainda as vertiginosas seqüências a beira dos penhascos que enchem a tela de apreensão. Definitivamente, uma produção que pode ser considerada a frente de seu tempo, apesar de que ouço que muitas inovações partiram dos anos 40, uma época aonde houve muita perseguição aos realizadores de cinema, mas que mesmo assim não deixou de ser criativa, rendendo filmes antológicos como esse e outros maravilhosos como Cidadão Kane e A Felicidade não se Compra. Uma agradável empreitada que pretendo imprimir desbravando a filmografia desses anos. Alguma sugestão? 

10 comentários:

Bruno Müller disse...

Esse é um filme que já tenho vontade de ver faz tempo, e após ler seu post mais ainda. Do próximo final de semana não passa! XP. Posso estar enganado, mas a fotografia parece ser linda, e o só vejo criticas positivas sobre ele, tanto q no IMDB deram nota 8, e o imdb geralmente é rigorosíssimo. Valew a indicação. E cara, os anos quarenta tem algumas boas pérolas, como A Dama de Shagai, Ivan o Terível (pt I e II), A Bela e a Fera, entre outros. Foi uma década que Hitchcock estava também bastante inspirado, com sua obras primas Festin Diabolico, A Sombra de Uma Dúvida, etc. Taí algumas dicas caso não tenha visto nehum desses, XD. Abraçoss

Já ouvi falar desse filme, há long long time ago... aliás, super bem falado! Mas, confesso que nunca me senti tão tentada à assisti-lo. Seu texto aguçou minha curiosidade. Vou procurá-lo para conferir tirar minhas conclusões a respeito.
Ah, como percebi que vc gosta de filmes, tem postagem nova lá no blog "UMAS E OUTRAS", sobre esse assunto! bjks
Joicy Sorciere

Belo texto pra um filme superestimado. Na verdade, eu sou fã do livro - este sim é um primor em todos os sentidos. Um trabalho especial que não foi tão bem adaptado, porém, é um filme que tem seus pontos positivos. O elenco é forte, a direção bem cuidada sim, só acho um pouco chato é o roteiro...

Teu texto me fez até ter vontade de rever o filme, sério mesmo. Parabéns pelo olhar sobre a obra.

Bom, quero te indicar um clássico notável, se puder veja e resenhe aqui. O filme é "Infâmia", belíssimo trabalho com a atriz Audrey Hepburn.

Até!

Oláááá, querido... que bom saber que vc, assim como eu, tbem gosta muito desse mundo virtual! Adoro toda essa interação tbem. Quando o assunto é filme, então, fico doidinha das ideias. Sou cinéfila assumiiida e sem medo de ser feliz! hahaha... se lembro de Anjos da lei!? Sim, lembro demais! Só que não me apeguei tanto assim a ela, naquela época. O primeiro filme do johnny depp que me pegou de jeito, foi Edward. Foi amor a primeira vista mesmo! Eu era uma menina moça!Na minha época, meninas de 15 anos ainda brincavam de boneca(não espalha... ou seria bom espalhar pra trazer um cadim mais de inocência pra essa meninada de hj!?)! rs Minha paixão pelo Ed mãos de tesouras até virou tema de redação na escola. Anos depois, fiz um artigo, na faculdade, sobre ele, onde fiz um paralelo com o tema inclusão(na época estava super em alta, esse assunto!). Bom, quanto ao assunto "tô ficando véio", façamos o seguinte, A GENTE FINGE QUE NÃO SABE DE NADA! kkkkkk... abafaremos o caso, pq eu tô na mesma que vc, fiotim! srsrs... obrigada pela visita. Pelo jeito a parceria entre nós será porreta de boa! Pq como já percebeu, adoroo conversar... ops, teclar! bjks

Nunca vi, mas falam maravilhas. Sei que saiu em dvd com o título NARCISO NEGRO.

renatocinema disse...

Preciso assistir esse filme.

Concordo plenamente sobre o elogio ao site: O Falcão Maltês.

Rato disse...

Olá Celo

No blog do Rato você poderá ler comentários (veja no índice à esquerda) sobre os seguintes filmes da década de 40:

- "Casablanca" (1942)
- "Heaven Can Wait" (1943)
- "Laura" (1944)
- "Monsieur Verdoux" (1947)
- "Black Narcissus" (1947)
- "The Ghost And Mrs. Muir" (1947)
- "The Lady From Shangai" (1947)
- "The Red Shoes" (1948)
- "Samson And Delilah" (1949)

Bem sei que é pouco, mas sempre dá para você ficar com uma ideia melhor do cinema dos anos 40

Abraço

O Rato Cinéfilo

Alan Raspante disse...

já tem um tempo que estou doido para conferir narciso negro. adoro o tema proposto...!

ANTONIO NAHUD disse...

Quer dizer que gostou do filme, Celo? Bacana. QUANDO OS SINOS DOBRAM é o título nacional? Não sabia... Dos anos 40 sugiro VINHAS DA IRA, SANGUE E AREIA, PACTO DE SANGUE, LAURA, HAMLET, OS ASSASSINOS...

O Falcão Maltês

Unknown disse...

Bruno, a fotografia é belissima mesmo, é um filme q vale ser apreciado, desse q escreveu, assisti os do Hitchcock q são otimos! As dicas já estão anotadas, vlw;

Joicy, obrigado pela visita, dei uma olhada no seu blog e curti bastante, já esta linkado na minha pagina para poder te acompanhar, vou aparecer por la muitas vezes, assista o filme e depois me fale o q achou;

Cris, sei q vc não curte muito esse filme, mas sera q não vale uma revisão? Infamia será um dos proximos a assistir, imagino q seja otimo;

Ailton, é uma beleza esse, espero q possa apreciar, gostaria de ler um texto seu sobre, ele teve dois titulos no Brasil mesmo, até atualizei o titulo do post;

Renato, vale ver um filme marcante como esse, O Falcão Maltes é algo diferenciado mesmo;

Rato, vlw pelas dicas! Vou passar la no teu blog para dar uma olhada nesses q postou, devem ser otimos textos, vc sempre lança um olhar bem especifico;

Alan, chegou a hora hein? hehe;

Antonio, gostei muito! Valeu por essa dica e por essas outras, vou procurar conferir!

Abs a Tds!