Confiar é um filme que até promete, mas não cumpre, talvez a intenção explicita de ser contundente, tenha tirado um bom mérito da realização. A obra do diretor e ator da extinta serie Friends, David Schwimer, começa com um romance, com Annie (Liana Liberato), uma jovem de 13 anos, que se envolve pela internet com Charlie (Chris Henry Coffey), aparentemente um jovem como ela. Durante os meses em que se encontram pela net, Annie e Charlie mantem um relacionamento, com Charlie cultivando a confiança da menina.
Então, como em praticamente todas as relações pela rede, Annie e Charlie resolvem se conhecer, mas mesmo antes do encontro, Charlie revela que não tem a mesma idade de Annie, sendo um pouco mais velho, até então a menina leva numa boa. Porém no dia do encontro, Charlie revela – se um adulto, com segundas e terceiras intenções em Annie, que confusa, deixa – se levar pela situação, culminando em um encontro em um motel, em que Charlie vai se aproveitar sexualmente da garota.
A partir dessa situação, começa a segunda parte do filme, agora com um tom de suspense, aonde o FBI entra na jogada, quando uma amiga de Annie revela a diretora do colégio que a amiga foi abusada sexualmente. Entra em cena Doug Tate (Jason Clarke), o agente que investiga o caso, e Will (Clive Owen) e Lynn (Catherine Keener), os pais de Annie, que inicialmente ficam estarrecidos com o que aconteceu com sua filha.
Apesar da aparente cena de estupro de um maníaco pedófilo da internet, a trama mostra Annie como apaixonada (isso mesmo) por Charlie, mesmo depois de toda a situação, chegando a afastar a menina dos pais e vice – versa. Nesse momento, é quando o suspense é deixado de lado e entra o tom mais dramático da obra, que se permite em explorar esse desenrolar familiar em detrimento a investigação que ate poderia criar um interessante thriller e ainda aproveita o clichê do psiquiatra (Viola Davis) compreensivo que entra na historia para “curar” a menina.
Ao final, Confiar pode deixar uma impressão de uma realização um tanto panfletária, querendo alertar que o inimigo pode estar ao nosso lado ou do outro lado da tela, e que nossos filhos podem não ser tão inocentes assim ou até podem, mesmo achando que não são. Apesar de boas atuações, como a da menina Liana Liberato e de Clive Owen, é um filme que não se resolve, podendo parecer confuso e ainda se aproveita também dessa sensação de intranqüilidade que vivemos nos dias atuais. Nota 05.
2 comentários:
Interessante. Particularmente, eu estou muito curioso por esse filme. Acho tema suficientemente polêmico e atraente e os nomes envolvidos são chamativos, mas entendo essa frustração que vc depõe. Quando assistir, terei essa perspectiva em mente.
Abs
Reinaldo, assista e comente, é sempre interessante ter uma perspectiva diferente. Os nomes chamam a atenção mesmo.
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