Alejándro González Iñárritu definitivamente é um diretor que sabe extrair beleza da tristeza, está atestado com essa sua nova obra, Biutif...

106 - Biutiful (Alejándro González Iñárritu/2010)


Alejándro González Iñárritu definitivamente é um diretor que sabe extrair beleza da tristeza, está atestado com essa sua nova obra, Biutiful, um belíssimo filme, como o próprio título já diz. O diretor não tem pressa em moldar a história de Uxbal (Javier Bardem), um pai, com questionáveis dons espirituais, que vive e alimenta a ilegalidade no seu país, de certa forma explorando e até ajudando imigrantes. 
Uxbal têm dois filhos que dependem totalmente dele, uma ex - mulher alcoólatra, um irmão muito do filho da puta, a polícia e uma máfia de chineses nas suas costas e uma imigrante ilegal senegalesa morando na sua casa. Parece que não dá para ficar pior, mas fica. Porque Uxbal descobre que têm câncer de próstata em estágio terminal, quer dizer, tem mais uns poucos meses de vida. Inicialmente, ele nega sua doença para ele mesmo, mas depois cai na real e percebe que precisa acertar as coisas antes que parta.
Iñárritu nos brinda com uma obra que prova que mesmo sem Guillermo Arriaga, seu parceiro e roteirista dos primeiros filmes, é um realizador acima do padrão, fugindo dos maneirismo das boas obras anteriores e acertando ao dar a trama uma narrativa mais tradicional. Ele vai talhando a história de uma forma em que o expectador vai se apegando ao personagem de Bardem de um jeito tão forte, que torce para que não morra, talvez a intenção fosse essa mesmo e ele consegue.
Biutiful também tem cenas bem emocionantes e marcantes, de fazer chorar, mas o diretor não apela em nenhuma delas, a emoção vai fluindo naturalmente. Uma das cenas mais triste e bonitas é quando Uxbal e o irmão exumam o corpo embalsamado do falecido avô, que morreu jovem. Como o corpo está em bom estado, devido ao formol do embalsamento, Uxbal resolve reconhecê - lo e naquele momento percebe como a vida é importante, a vida que está lhe fugindo e ele tenta agarrar de qualquer maneira. A cena não tem uma fala, Bardem interpreta só com o olhar e com a mão, acariciando o rosto jovem do falecido avô. Já que comecei a escrever sobre Bardem, será que alguém, por favor, pode entregar a ele o troféu de melhor ator do mundo? O cara é foda! Acho difícil ter outro ator no paréo atualmente, o sujeito emenda uma atuação brilhante atrás da outra, seja drama, comédia ou qualquer outro genêro.
Biutiful é um filme que alguns podem dizer que têm suas falhas, de repente até tem, mas passam despercebidas perante ao contexto total da obra. Um dos melhores do ano até aqui, para ser visto e revisto. Nota 10.

4 comentários:

ANTONIO NAHUD disse...

Grande filme. Um dos melhores momentos de Bardem.
Abração e apareça!

O Falcão Maltês

Unknown disse...

Com certeza, Antonio, atuação inesquecível. Vou visitar o teu espaço. Grande Abraço.

B-Cine disse...

assino em baixo Marcelão. Barden é foda.
esse seu comentário sobre o novo petardo de Inarritu deu um impulso para assistir essa nova obra do diretor. Já que a critica ta bem dividida com relação a esse filme.

Unknown disse...

A critica especializada acho que pegou implicancia com Inarritu por suas obras tristes e pessimistas, mas o cara sabe explorar esses temas como poucos. Acho q vc vai gostar do filme.