Uma das tradições que tenho na vida desde que me lembro como gente é assistir Cantando na Chuva nos finais de ano, principalmente em sua virada, lá pelas 3:00 da manhã do primeiro dia do ano vindouro. Lembro de ainda criança abandonar festas para poder ir para casa sozinho ou às vezes acompanhado e conferir essa preciosidade que foi costumais ser apresentado pela Rede Globo durante alguns bons reveillons. Nossa, são tantas lembranças e emoções (parafraseando o Rei Roberto Carlos) quando volto a esses tempos e momentos que tenho que me conter porque a emoção flui automaticamente. Assistia com amigos, irmãs, tios, mas a pessoa que sempre me convidava ou lembrava da exibição era minha saudosa Avó, aquela senhora simples delirava com o sapateado de um sujeito bonitão e com pinta de galã chamado Gene Kelly.
Gene Kelly, senão fosse esse moço e minha querida avó talvez eu nem fosse tão fã de cinema. Em mais lembranças, recordo que nas primeiras apreciações pouco entendia da história, que na minha mente infantil parecia um tanto confusa (e que na verdade é deliciosamente simples desde o primeiro frame), mas sinceramente, nem ligava. A sensação de alegria e felicidade que Cantando na Chuva me passava era mais forte que qualquer historia, roteiro ou atuação. Ao menor sinal das notas de Make ‘Em Laugh ou Good Morning já tinha vontade de sair imitando Kelly pela sala e tenho que confessar que mesmo com 34 anos ainda tenho esse desejo quando vejo esse homem de pés rápidos e carisma inigualável saltar ou fazer piruetas pela tela. Quando Kelly dança, a vida fica mais fácil. Uma tempestade vira uma festa, aonde quem se sente celebrado é o espectador com tamanha vivacidade de artistas completos e mágicos como Gene Kelly, Donald O´Connor (mito) e a linda Debbie Reynolds.
Para finalizar essa maratona cinéfila pessoal, revi Cantando na Chuva pela enésima vez no dia 30 de Dezembro, ao lado da minha esposa que teve que me conter em momentos mais exaltados. Minha vontade era conferir na madrugada de 31 para 1º de Janeiro e assim homenagear minha querida e saudosíssima avó, mas o envolvimento em uma reunião de amigos para o reveillon aqui em casa me deixou na dúvida se realmente o conseguiria. Já viu, nê? Uma cervejinha aqui, um espumante ali e a única coisa que provavelmente verei é a cama ao final de tudo, mas não deixou de ser minha homenagem a essa especial mulher e também gostaria de com essa obra-prima saudar aos que freqüentaram meu espaço e me aturaram durante esse ano de 2011. Desejo a TODOS um 2012 cheio de realizações e muita Saúde (que é o que realmente importa). Volto ainda para mais uma postagem explanativa. Abraços e Beijos a todos e Cantem na Chuva se necessário for!