A maior preocupação do novo filme do diretor Steven Soderbergh, o sisudo Contágio, é fazer um registro o mais perto possível do real do que seria uma severa epidemia de proporções mundiais. Tanto que os conflitos entre os personagens não possuem muita profundidade, até para não tirar o foco do desenrolar da aparição do vírus MEV-1, extremamente mortal e que se alastra rapidamente pela população, sendo transmitido apenas por um toque ou tosse e ainda mais fatal que qualquer um que tenha aparecido antes.
Assim como em Traffic, Soderbergh cria uma teia de acontecimentos envolvendo responsáveis de todo o planeta, como a OMS, um outro órgão de saúde americano, um outro europeu e um asiático. No meio dessa busca para descobrir como surgiu o vírus e estudar uma possível vacina, a trama trata de toda a burocracia que envolve uma situação como essa e as nuances que podem surgir a partir dela, como o blogueiro representado por Jude Law que divulga pela internet que a cura esta muito mais perto do que parece, mas não é citada pelo governo, pois não vai gerar lucro para a indústria de remédios ou uma cientista que é seqüestrada em Hong Kong, aonde a epidemia parece ter começado, para assim obrigar que os próximos dos seqüestradores sejam um dos primeiros a receber a vacina.
Nesse ponto cientifico e técnico da situação, Soderbergh se sai muito bem, criando tensão e paranóia que infringe ao expectador, mas em algum momento, a falta de aprofundamento em tramas de personagens especiais do filme faz a realização tornar-se um pouco desinteressante. As ramificações de historias não congruem e se a intenção do epílogo era emocionar com as seqüências amostradas, o diretor não acerta nesse intento. O elenco de estrelas com Gwyneth Paltrow, Marion Cottilard, Matt Damon, Laurence Fishburne e Kate Winslet conseguem aproximar até certo ponto o expectador do drama e o diretor não se furta em matar alguns deles para tornar as passagens criveis, mas como ficou, Contágio parece um filme frio que soa como um interessante “alerta” e apenas uma razoável experiência cinematográfica.
Depois de ler seu texto, eu perdi totalmente a empolgação em ver este filme. Mas, ainda assim, vou conferir depois e sem pressa - confesso que mais por conta do ótimo elenco. E Kate Winslet? eu queria que você falasse mais do desempenho dela no filme. abs!
ResponderExcluirQuando sair em dvd assisto.
ResponderExcluirE farei isso pelo respeito ao diretor, pois essa linha de filme, não costuma me agradar.
Me deu a sensação de que o bom elenco foi desperdiçado.
Deixei de vê-lo para conferir "O Palhaço" - Não me arrependi, mesmo! Rs.
ResponderExcluirDepois eu confiro. O elenco é de dar inveja, mas nem por isso a coisa pode ser tão boa. Bom é Soderbergh tb...mas ele anda meio frio no cine. Queria de volta aquele cineasta de "Sexo, mentiras e Videotape" Sabe?
Abs.
Bom, eu não me arrependi de ter visto esse filme na estréia. Adorei o desempenho dos atores e o célere desenvolvimento da doença conseguiu atrair minha atenção. Só gostaria que o filme fosse um pouco mais longo.
ResponderExcluirToda essa ideia de epidemia, Celo, lembrou-me "Eu Sou a Lenda" e o vírus Krippin e o "Ensaio sobre a Cegueira". Esses filmes possuem uma forte tensão psicológica. É uma linha em que se bem explorada renderá bons frutos. Irei vê-lo. Até a próxima...
ResponderExcluirO Soderbergh é cheio de altos e baixos...
ResponderExcluirO Falcão Maltês
É isso, o filme se preocupa muito mais em criar essa idéia de "poderia ser real" e consegue, não apenas pelas escolhas de Soderbergh, como por toda a explicação científica a origem do vírus. Por isso, não acho que ele tenha se saído mal, cumpriu o que ele queria, apesar de não ter criado uma experiência especial, única, arrebatadora, ou seja lá mais o que poderia ter sido o filme, ainda mais com um elenco desses que acaba totalmente desperdiçado em personagens quase sem alma devido a falta de aprofundamento nas histórias.
ResponderExcluirabraços
Cris, o filme vale ser visto sim, qt a Kate Winslet, ela nem tem uma atuação tão avaliavel;
ResponderExcluirRenato, talvez o elenco é q atraia para o filme, sem ele, talvez passasse batido;
Rodrigo, quero assistir O Palhaço tb, deve ser uma otima experiencia. Rapaz, sabe q nem sou um entusiasta de Soderbergh, acho Sexo, Mentiras e Videotapes e Traffic bons, mas em sua maioria seus filmes são meio frios mesmo;
Emmanuela, tb curti assistir na estreia e não achei o filme ruim de td, somente nas ressalvas q fiz em relação a alguns pontos, como a seriedade em tratar da epidemia, mas respeito seu ponto de vista, a experiencia é de cada um, achei o filme até um pouco alongado para como ele trata o assunto;
Maxwell, esse filmes q vc citou, são mais emotivos, diferente desse, mas assim como Contágio tem seus momentos bons e ruins, vale uma olhada sim;
Antonio, concordo com vc;
Amanda, é isso q quis dizer tb, não acho o filme de td ruin, mas não emociona, é um relato mais serio da situação, o q acaba afastando o expectador, vendo td de uma maneira mais distanciada;
Obrigado a tds pela visita e Abs!
Eu também achei o filme enxuto, e até por conta disso, eu gostei.
ResponderExcluirCello, eu já gostei do final. Quando mostrou o primeiro dia. Por conta de um simples gesto, foi o propagador de tudo. E lembrando o que o personagem do Fishburne falou para o garotinho... Ficou perfeito o final.
E a Kate esteve ótima :p
:)